Certificações ISO 14001 e 45001: o que muda quando a conformidade vira requisito

Certificações se firmam como pré-requisito de mercado e documentação passa a ser o novo ativo do compliance

Por Redação

Certificações ISO 14001 e 45001: o que muda quando a conformidade vira requisito

Foto: Canva.com/Kitinut Tum


As certificações ISO 14001 (gestão ambiental) e ISO 45001 (saúde e segurança ocupacional) consolidaram-se como ferramentas de competitividade e confiança corporativa. Muito além de um selo técnico, representam uma estrutura de governança que protege as empresas contra riscos jurídicos, ambientais e reputacionais, elementos que hoje impactam diretamente o valor de marca e a decisão de investidores.

Segundo o relatório ISO Survey 2023, a ISO 45001 já soma 142.073 certificados válidos em 260.989 instalações ao redor do mundo. O crescimento reflete uma mudança de paradigma: a conformidade deixou de ser diferencial competitivo e passou a ser pré-requisito de mercado.

Para Gleison Loureiro, especialista em compliance legal e CEO do AmbLegis, “essas normas representam um modelo de gestão capaz de transformar a cultura corporativa. Elas estruturam processos, fortalecem a transparência e posicionam a empresa como parceira confiável em cadeias globais”.

Mas há um ponto cego que ainda compromete a maturidade de muitos sistemas de gestão: a falta de evidências documentais. Auditorias seguem o princípio da amostragem e da evidência objetiva. Isso significa que não basta fazer, é preciso comprovar, com registros formais e rastreáveis.

Mesmo empresas com boas práticas operacionais podem perder a certificação se não conseguirem demonstrar documentalmente o cumprimento dos requisitos. “Sem registros, a amostra analisada pelo auditor representa o todo. É possível não recomendar a certificação de uma empresa tecnicamente eficiente, apenas por ausência de provas”, explica Loureiro.


Os riscos são expressivos:

• Perda da certificação, o que pode excluir a empresa de contratos com exigência ISO.

• Danos reputacionais, que reduzem a confiança de stakeholders e dificultam o acesso a investimentos ESG, segmento que movimentou mais de R$ 35 bilhões em 2025, segundo a B3.


Governança integrada e digitalização

Outro desafio recorrente é a fragmentação entre áreas como jurídica, ambiental, de RH e de SST. Essa falta de integração gera duplicidade de controles, falhas de comunicação e lacunas de responsabilidade.

“A gestão de requisitos legais não é exclusividade das áreas técnicas. É um processo transversal, que deve envolver a liderança e estar conectado à estratégia da empresa”, afirma Loureiro.

Em outras palavras, a governança integrada não é uma camada burocrática, mas um sistema nervoso corporativo. Ela permite visão sistêmica, resposta rápida a riscos e tomada de decisão baseada em dados.

Ferramentas digitais vêm redefinindo a forma de conduzir o compliance. Plataformas especializadas garantem centralização de documentos, alertas automáticos de prazos, controle de ocorrências e dashboards de monitoramento. Segundo dados da ABES e ABDI (2025), empresas que digitalizam seus processos de compliance reduzem em até 60% as falhas em auditorias.


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