Nova corrida das patentes verdes e o valor estratégico da sustentabilidade corporativa

Empresas transformam inovação e ESG em lucro com a corrida por patentes verdes e inauguram novo capítulo na gestão corporativa de eficiência

Por Redação

Nova corrida das patentes verdes e o valor estratégico da sustentabilidade corporativa

Foto: Canva.com/thecorgi


​Nos últimos anos a sustentabilidade deixou de ser um diferencial e passou a definir o próprio ritmo da competitividade empresarial. Em meio à pressão por descarbonização e à busca por eficiência, uma nova fronteira desponta no cenário da inovação: as chamadas patentes verdes. Mais do que um registro técnico, elas representam a conversão direta da agenda ESG em propriedade intelectual e, portanto, em lucro.

O conceito é simples, mas sua implicação é profunda. Patentes verdes são registros de invenções que contribuem para a mitigação de impactos ambientais, envolvendo tecnologias voltadas à geração de energia limpa, transporte de baixa emissão, conservação de recursos naturais, tratamento de resíduos e processos industriais sustentáveis. Desde 2012 o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI, mantém no Brasil um programa específico para esse tipo de patente, concedendo exame prioritário às solicitações de caráter ambiental. O objetivo é acelerar a adoção de soluções de impacto positivo e aproximar o país das práticas internacionais de inovação sustentável.

Segundo levantamento da Universidade Federal de Alfenas, o programa nacional acumulou 869 pedidos de patentes verdes entre 2012 e 2021. Desse total, 47,6% foram apresentados por empresas privadas e 37,6% por pessoas físicas. Essa relação entre inovação verde e resultado econômico vem se fortalecendo também nas empresas brasileiras que associam propriedade intelectual à agenda ESG. A inovação e a sustentabilidade deixam de ocupar áreas distintas e passam a atuar de forma complementar dentro da organização, impulsionando a produtividade e a valorização de marca. Patentes tornam-se expressão concreta de um ativo intangível que agrega credibilidade e potencial de lucro.

Essa lógica chega com força à gestão de Facilities, Property e Workplace Management. Edifícios corporativos, shoppings, hospitais e plantas industriais são grandes laboratórios de eficiência. Muitas das soluções criadas internamente, como sistemas de automação predial ou modelos de reaproveitamento hídrico, têm potencial de patenteabilidade. No entanto, na maioria dos casos, essas inovações permanecem apenas como práticas operacionais e não se transformam em ativos de propriedade intelectual. A corrida por patentes verdes mostra que essa postura está mudando. Empresas que protegem suas soluções sustentáveis começam a enxergar retorno em escala, seja por meio de licenciamento, valorização de ativo ou atração de investidores.

No Brasil, as condições começam a se alinhar para esse salto. O Programa de Patentes Verdes do INPI reduz prazos de análise e prioriza tecnologias com benefício ambiental comprovado, o que favorece organizações que buscam unir compliance e inovação. Ainda assim, os desafios permanecem. Falta cultura de registro, o processo de concessão é mais lento do que o ideal e a integração entre inovação e estratégia de Facilities ainda precisa amadurecer. Mesmo assim, o avanço é notável e revela um caminho para que o setor de gestão predial assuma protagonismo na agenda de inovação verde.

A tendência é que nos próximos anos a combinação entre tecnologia, patenteamento e modelo de negócio defina quem se destaca no mercado. Não se trata apenas de instalar soluções sustentáveis, mas de transformá-las em vantagem competitiva mensurável. Edifícios que abrigam tecnologias patenteadas já começam a atrair fundos imobiliários e ocupantes corporativos interessados em ativos com credenciais ESG verificáveis. A propriedade intelectual passa, assim, a dialogar diretamente com o valor do metro quadrado.


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