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O que mudou no cenário de prestação de serviços desde 2006?

CEO da RS Serviços comenta a trajetória da empresa que está quase completando duas décadas.

Por Mateus Murozaki

O que mudou no cenário de prestação de serviços desde 2006?

Foto: Divulgação

Em 2006, o profissional Renato Alves começou a perceber uma movimentação forte no mercado de Facilities. Aos 26 anos, estava trabalhando em uma empresa de segurança privada e, ao sair de lá, decidiu não aceitar nenhuma das ofertas de emprego que havia recebido. Optou por investir em um negócio próprio que, hoje, é uma das maiores prestadoras de serviço do mercado, a RS Serviços, que completa 18 anos.

Quase duas décadas em um mercado mutável

Como boa parte das empresas pilares, o crescimento não foi imediato. Demorou oito anos até que Alves recuperasse o investimento inicial feito pela empresa, algo que, como ele mesmo comenta, é natural: "as pessoas investem e querem o retorno em um, dois, três anos... não existe isso. Retorno vem a partir do quinto, sexto ano". Foi um início marcado por esforço.

Renato comenta como, por exemplo, ele não passava tempo no escritório e sim na rua captando clientes. "Na época, a gente só tinha o Google, então eu fazia minha pesquisa de possíveis clientes por lá e ia batendo de porta em porta na esperança de fechar".

Pensamento a longo prazo é uma marca do CEO, que planeja sempre em ciclos de 5 anos. De acordo com ele, é um período razoável pois não é nem tão perto, nem tão longe e, necessariamente, haverá uma eleição nesse meio tempo, que pode gerar mudanças significativas na economia. De acordo com o profissional, o principal motivo do sucesso da empresa se dá à gestão séria e ao compromisso com a saúde financeira da empresa. Não existe concentração de faturamento em um cliente, com o principal deles representando 4,5% da carteira da empresa.

Além disso, Alves frisa a importância de separar o capital empresarial do capital próprio. O fator determinante, porém, é a filosofia em relação aos colaboradores, tanto em treinamentos para que estes se desenvolvam, quanto em trabalhos feitos com o RH para garantir um tratamento de qualidade para os funcionários, que o diretor descreve como "os principais ativos da RS".

"Não tem muito segredo, você consegue ter um ambiente corporativo favorável quando o clima ajuda. Antigamente você tinha chefe, hoje você tem líder; no passado você tinha funcionários, hoje você tem colaboradores. Se o líder entender isso, a empresa sempre vai ter um clima saudável para trabalhar", afirma.

Quando perguntado sobre as diferenças nesses 18 anos, o CEO frisa que uma coisa nunca mudou: a cultura de atender bem as pessoas. As demais transformações vieram com o mercado, incluindo tecnologias que passaram a substituir boa parte do trabalho manual.

Em relação ao maior problema que o mercado enfrenta hoje, falta de mão de obra qualificada, a empresa também se sente afetada, mas consegue mitigar até certo ponto com o desenvolvimento dos profissionais, investindo muito no setor de treinamento. Há também uma filosofia própria de contratar unicamente por competência.

"Uma vez, uma pessoa me chamou e perguntou se eu contratava profissionais acima de 60 anos. Eu falei que contratava até de 100, se a pessoa estiver bem e for competente, sem problema nenhum", afirma.

Planos para o futuro.

"Agora são metas", afirma Alves quando questionado sobre o que espera do próximo ciclo. A empresa vai mudar sua sede para um novo prédio na Paulista para comportar o crescimento dos últimos anos e, além das filiais no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, também pretende expandir para o Sul do país. Hoje, são 9 mil colaboradores na RS.

O próximo passo, de acordo com o CEO, é 10 mil, seguido por 15 mil... e por aí vai. "O sucesso e o fracasso andam lado a lado... se você tropeçar ali, já está no fracasso", aponta. Nas palavras do CEO, o sucesso é sempre coletivo e exige resiliência e muito trabalho em equipe para atingi-lo.


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