Ana Paula Cassago
 

Empresa mostra que na logística reversa não existe lixo, tudo se transforma

Sistema especializado em gestão de resíduos e se torna uma das aliadas às boas práticas da ESG

​O consumo no mundo tem crescido 3 vezes mais do que a taxa de crescimento da população. Segundo o levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, 7 bilhões de seres humanos produzem anualmente 1,4 bilhão de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU) - uma média de 1,2 kg por dia per capita. Quase metade desse total é gerada pelos 30 países mais desenvolvidos do mundo. Dados estimam também que daqui há dez anos serão 2,2 bilhões de toneladas anuais, e até a metade deste século, serão 9 bilhões de habitantes, que juntos produzirão ao menos 4 bilhões de toneladas de lixo urbano por ano.

Já a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais alerta que o Brasil perde R$ 14 bilhões por ano com a falta de reciclagem adequada do lixo. O país gera quase 80 milhões de toneladas de lixo, mas apenas 4% são reciclados, o que representa cerca de 12 milhões de toneladas de resíduos sólidos que, ao invés de gerarem dinheiro e emprego, acabam descartados no meio ambiente. Cerca de 40% de todo o lixo produzido no Brasil acaba despejado em locais inadequados. São mais de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos que vão para quase 3 mil lixões ou aterros controlados espalhados pelo país.

Tendo em vista o cenário atual, a demanda pela Logística Reversa de pós-consumo só cresce, com o intuito de movimentar o fluxo de retorno de resíduos descartados e promover o reaproveitamento. É o caso da Newloop, que se tornou um destaque nesse segmento na América Latina. 

A empresa iniciou com os sócios Warney Paulo, proprietário de um teatro, e Alexandre Teixeira, que trabalhava com licenciamento ambiental. Os dois se uniram para reformar uma casa de espetáculo e durante a parceria comercial surgiu o questionamento do motivo de todo o lixo gerado ser destinado aos aterros.

Começaram reciclando os restos e descartes de tecidos jogados nas ruas do centro de SP, que colaboram regularmente com o entupimento de bueiros, e ainda, passaram a transformar eletrônicos e já estudam a transformação do fumo e do papel do cigarro. 

A Newloop visa transformar o processo de gestão de resíduos nos próximos anos a nível mundial. A tecnologia hoje ainda é escassa e a empresa é a única do país que possui equipamentos criados exclusivamente para esse fim.

Tudo isso tem ganhado proporções globais, visto que a empresa está buscando ações ESG.  A sigla vem do inglês e significa Environmental (Ambiental, E), Social (Social, S) e Governance (Governança, G) e  reúne os  17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pelo Pacto Global, iniciativa mundial que envolve a ONU e várias entidades internacionais. 

Para a Newloop, a ESG é uma jornada de transformação dos negócios e envolve a construção de um mundo inclusivo, ético e ambientalmente sustentável, que garanta a qualidade de vida para todos. "Nossa meta é implementar práticas de negócios que alinhem lucro, propósito e transparência", enfatiza o empresário.

Como ele, muitas empresas brasileiras estão abertas a esse conceito Global. O número de empresas alinhadas às boas práticas de ESG na América Latina disparou em 2022. É o que revela o estudo Sustentabilidade na Agenda das Lideranças, realizado pela companhia de tecnologia SAP com mais de 400 executivos nos mercados da Argentina, Brasil, Colômbia e México. De acordo com o documento, o número de companhias latino-americanas que iniciaram ou aceleraram estratégias de sustentabilidade nos últimos meses chegou a 69%, ante 46% em 2021.

Foto: Divulgação



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