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6 tendências que afetarão as áreas de infraestrutura e operações de TI em 2021

Especialista traz recomendações para melhor respondê-las

​O ano começou a todo vapor, com a expectativa de aceleração econômica nos mais diversos setores. Na mesma velocidade, tem demandado importantes iniciativas de modernização da infraestrutura tecnológica, de modo que suportem as demandas de negócios que estão por vir.

"A pandemia de coronavírus forçou os executivos de TI a adaptarem suas operações para lidar com cenários de home office e de mudanças imprevisíveis nos requisitos de TI", afirmou o vice-presidente de pesquisa do Gartner, Jeffrey Hewitt.

Diante desse cenário, o instituto identificou as seis principais tendências que prometem impactar as iniciativas de Infraestrutura e Operações (I&O) nos próximos meses. E, assim, traz recomendações para melhor respondê-las, de modo que as empresas obtenham bons resultados em um ambiente pós-pandêmico. Confira a seguir:

Tendência nº 1: operações em qualquer lugar

Cerca de 90% dos profissionais devem continuar a trabalhar remotamente, mesmo depois que a vacina contra a Covid-19 estiver disponível, em comparação com os 30% que o faziam antes.

Contudo, qual seria o impacto dessa tendência sobre os parques tecnológicos das empresas? A verdade é que essa mudança forçará os executivos de TI a desenvolverem organizações flexíveis e resilientes, que permitam que:

- As equipes trabalhem em qualquer lugar;
- Clientes em diversas localidades no mundo possam acessar e adquirir seus serviços;
- Gerenciem a implementação de soluções e negócios em infraestruturas distribuídas.

"Os processos tradicionais e estruturados de Infraestrutura e Operações tornaram as organizações frágeis no que diz respeito à flexibilidade de localização", alertou Jeffrey Hewitt, vice-presidente de pesquisas do Gartner.

Com isso, mover estruturas on-premise para modelos que fomentem a versatilidade do negócio, tais como a Cloud Computing e os Data Centers em Colocation, será, cada vez mais, uma prioridade nos planos empresariais.

"Operações instaladas em qualquer lugar permitem que as organizações descentralizem a equipe e ativem as operações onde fizer sentido para os negócios. Isso abre caminho, entre outras coisas, para escolhas de talentos mais amplas, pois as organizações não precisam necessariamente recrutar funcionários em uma geografia específica."

Tendência nº 2: infraestrutura ideal

Para o analista, a chave para operações instaladas em qualquer lugar é o desenvolvimento de uma infraestrutura programável, capaz de suportar o trabalho certo, no lugar correto, na melhor hora. Ele defende que este é o ponto crucial da infraestrutura ideal.

"À medida que as 'infraestruturas e operações' evoluírem para o modelo de 'integração e operações', diversas soluções, tais como a infraestrutura hiperconvergente ou o armazenamento computacional, devem ser combinadas com o caso de uso ideal", antecipa Jeffrey Hewitt.

Com isso, o modelo ideal também envolverá Data Centers e infraestruturas 'edge', que podem ser difíceis de mensurar e levar a implantações complexas.

Para mitigar esse problema, o Gartner recomenda que as organizações adotem um ponto de vista de negócios e que olhem para a otimização de custos e ferramentas. E que, desse modo, possam construir um business case customizado para a implementação de determinada de infraestrutura.

Tendência nº 3: continuidade operacional

Cada vez mais, as cargas de trabalho precisarão dar suporte a clientes e funcionários dispersos geograficamente. Como resultado, os serviços de TI devem ser contínuos, independentemente de fatores externos, fornecendo implantações automatizadas e manutenção de mínimo contato.

Assim, em 2025, o instituto estima que 60% das organizações usarão ferramentas de automação para implementar novos recursos de computação, para reduzir o tempo de implantação e para oferecer maior agilidade.

"Quando feito corretamente, essa tendência aumenta a eficiência e permite uma implantação de carga de trabalho mais rápida. A principal desvantagem é a curva de aprendizado que vem com o uso de ferramentas ou processos novos - e às vezes complexos - que oferecem suporte à continuidade", explicou Hewitt.

Tendência nº 4: modernização básica

A fim de garantir que a infraestrutura corporativa evolua em sincronia, a manutenção das operações centrais deve ser vista como um processo contínuo, não como um projeto único.

Consequentemente, as empresas precisarão coordenar infraestruturas internas e externas, de modo que se minimize o arrastamento do legado.

Para o analista do Gartner, a vantagem da modernização da infraestrutura é a redução do déficit técnico. Assim, abre caminho para que um alicerce mais ágil responda à crescente lista de requisitos dos negócios digitais.

"As empresas devem implementar um plano de modernização com um cronograma realista, que leve em consideração as mudanças nos requisitos de habilidade".

Tendência nº 5: nuvem distribuída

Outra tendência importante é a distribuição de recursos de nuvem, de modo que a infraestrutura se torne descentralizada. Consequentemente, a carga de suporte será transferida para os provedores de serviços de cloud.

Assim, essa abordagem suportará a localização flexível e resultará na redução da latência. No entanto, como o mercado de nuvem distribuída é atualmente imaturo, os custos ainda podem ser altos e os modelos de implantação, complexos.

"As organizações devem ter essa premissa em seu horizonte, como parte do futuro da cloud computing. A maioria das plataformas de nuvem fornecerá pelo menos alguns serviços em nuvens distribuídas, que serão executadas nos pontos de necessidade nos próximos quatro anos", previu Hewitt.

Tendência nº 6: habilidades críticas versus funções críticas

Os requisitos de habilidades de Infraestrutura e Operações continuarão a evoluir conforme as organizações se adaptarem aos novos ambientes de negócios.

"Especificamente, há uma mudança no foco das funções de infraestrutura para habilidades críticas coletivas. Isso desafia o tradicional pensamento 'territorial', de pertencer a uma equipe de infraestrutura específica. Em vez disso, incentiva a colaboração", estima Jeffrey Hewitt.

Embora seja recomendada a contratação, desde já, de colaboradores com essas habilidades, o Gartner alerta que os líderes de I&O devem considerar as mudanças culturais fundamentais que essa tendência trará. E, então, planejar de acordo.

Conclusão

As mudanças no cenário global para a estruturação dos negócios foram, definitivamente, aceleradas pela necessidade de mobilidade e do trabalho remoto.

"A Covid-19 não é o único incentivo para que a maior parte das equipes de Infraestrutura & Operações (I&O) trabalhem em casa no futuro. A natureza da infraestrutura está evoluindo, ao ponto no qual fará sentido que times remotos suportem novos cenários, casos de uso e tecnologias", afirmou o vice-presidente de pesquisa do Gartner, Jeffrey Hewitt.

Neste artigo, elucidamos as tendências emergentes que prometem impactar iniciativas de Infraestrutura e Operações (I&O), apresentadas pelos analistas do Gartner durante sua Conferência de IT Infrastructure, Operations & Cloud Strategies, que ocorreu virtualmente nas Américas e EMEA no final de 2020.

Ricardo Alário é CEO da Odata

Foto: Divulgação


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