A tecnologia PoE (Power over Ethernet) evoluiu rapidamente, com níveis mais altos de energia. Isso se deve ao aumento contínuo de dispositivos nos edifícios, por exemplo, sistemas de iluminação LED, câmeras de segurança, antenas wireless, dispositivos IoT, além da convergência de TI e tecnologias de automação prediais. Segundo a consultoria Grand View Research, o mercado global de PoE movimentará mais de US$ 3,75 bilhões em 2025.
Com ela é possível transmitir eletricidade e dados usando cabos de par trançado. Se, por um lado, aumenta muito o número e o tipo de dispositivos que podem ser conectados, alimentados e gerenciados por um único cabo, por outro, aumenta também a potência a ponto que os efeitos térmicos do agrupamento de cabos devem ser acompanhados de perto.
Para dar suporte à evolução do PoE, os padrões de cabeamento definem os requisitos relacionados ao desempenho do cabo, fornecimento de energia, confiabilidade do conector sob carga elétrica e projeto de infraestrutura de cabeamento de par trançado para alimentação remota.
A tabela acima representa um resumo dos padrões relevantes de cabeamento e segurança relacionados ao PoE
Existem alguns organismos normativos ativos em áreas que lidam com PoE, com normas para cabo e para conectividade. Em termos de cabo, existem regulamentações que foram desenvolvidos pela TIA nos Estados Unidos, como a TIA TSB-184A. O documento 184A é intitulado "Diretrizes para suporte à entrega de energia por cabeamento de par trançado balanceado". Como é uma norma TSB ou boletim de sistemas técnicos, o material incluído não é mandatório, mas foi útil nas diretrizes de instalação de empresas como a CommScope para que elas se alinhem à TIA.
Isso inclui a limitação dos feixes de cabos que fornecem PoE com no máximo 24 cabos. Ou 12 cabos máximos, no caso de cabos com 28AWG, como os cords MiNo6 e MiNo6A, da Commscope. Ambas as recomendações são formas conservadoras de garantir que a elevação máxima de temperatura recomendada de 15°C nunca seja alcançada. Se o cliente seguir estas diretrizes, sua longevidade de cabeamento será maximizada. Esse número é conservador, pois lembre-se que um aumento de temperatura próximo a 15°C pode ser encontrado em um feixe que excede 100 cabos (Cat 6A- 23 AWG).
A norma ISO/IEC 29125 foi publicada em abril de 2017 e substitui a edição de 2010 com informações sobre cabos de até 500mA por condutor, diretrizes para cabos e inclusão de modelos úteis para calcular o aumento de temperatura em diferentes tamanhos de feixes. Há muitos momentos em que os padrões IEC e TIA estão sincronizados.
Os documentos 29125 e 184A são um exemplo em que há apenas pequenas diferenças. O primeiro deles recomenda limitar o aquecimento do cabo a menos de 10°C, mas ainda recomenda que os feixes de cabos sejam mantidos em 24 cabos máximos. O documento 29125 fornece orientações sobre o uso de cords de 0,4 mm (ou 26 AWG) e não recomenda o uso de cabos de bitola menores para o fornecimento de energia.
Ambos os padrões mencionados lidam principalmente com cabos. No entanto, há um esforço considerável pelas organizações normativas para definir as propriedades de conectar o hardware. As normas IEC 60512-99-001 e -99-002 descrevem programações de teste para conectar e separar conectores sob carga elétrica.
Recentemente a norma -99-002 foi finalizada e orientações claras sobre os requisitos foram estabelecidas para o nosso mercado. Ela especifica os requisitos elétricos para conectores que são repetidamente desacoplados com 2A de corrente em cada um dos oito condutores, antes e depois de serem expostos à corrosão simulada devido à exposição atmosférica ou ao fluxo de gás misto.
O laboratório da CommScope de Greensboro (EUA), concluiu recentemente os testes dos produtos mais populares, incluindo as séries MGS e HGS, os painéis 1100GS3 e GS6, os conectores SL 6 e 6A e também o novo conector SLX com os plugues correspondentes. Todos esses componentes estão em conformidade com o novo padrão -99-002. Agora estão sendo elaboradas cartas de conformidade que podem ser usadas pela equipe global de engenheiros da Commscope.
E como os padrões em evolução afetam a capacidade dos integradores de oferecer suporte a novos dispositivos e aplicações? Eles colocam algumas recomendações importantes em vigor relacionadas ao número sugerido de cabos em feixe e a proximidade desses feixes.
A existência de normas que tratam do aquecimento dos cabos e desacoplamento sob carga, dá aos clientes a confiança de que esse movimento em direção ao PoE é metódico e bem planejado.
Os fabricantes de dispositivos PoE também estão cientes e podem tomar decisões de design que alinham seus produtos com essas recomendações. Sejam elas do ponto de vista de vários dispositivos ou da corrente máxima permitida por dispositivo (cabo).
Sem dúvida, devemos projetar nossos produtos para atender ou mesmo exceder o conjunto de requisitos adequados para uso no ecossistema PoE, garantindo a qualidade e a segurança das instalações.
Luis Domingues é engenheiro de aplicação da CommScope, formado em engenharia elétrica e pós-graduado em redes de comunicação, certificado ATD pelo instituto UpTime. Possui 29 anos de experiência, tendo atuado no desenvolvimento e implantações de projetos de infraestrutura para diversos ambientes.
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