Especialistas discutem em SP "Qual é o futuro da limpeza"

Com direito à visita ao Museu do Futebol, encontro do Grupas também teve a posse da nova diretoria para a Gestão 2018

Por Érica Marcondes

Ferramenta fundamental para os Gestores de Facilities que buscam alcançar resultados - uma vez que tem impactos na saúde, na eficiência e na percepção do público - a limpeza foi o tema central da última reunião do Grupas de 2017, realizada no dia 29 de novembro, no auditório do Museu do Futebol, em São Paulo.

No início do encontro, patrocinado pela RL Higiene, os cerca de 70 profissionais presentes puderam conferir alguns números expressivos que comprovam o valor real e mensurável da limpeza para os ambientes prediais, de escritórios, saúde, shopping centers, universidades, escolas, hospitais etc. Segundo levantamento da ISSA (International Sanitary Supply Association), uma das mais representativas entidades mundiais do setor, ambientes limpos corretamente aumentam a produtividade em 2 a 8% e reduzem o absenteísmo (46%), as chances de contrair resfriado ou gripe (80%) e as superfícies contaminadas por vírus (62%). Além disso, de 6 a 10 pessoas admitem ir com maior frequência a um restaurante fast-food se ele estiver limpo, e 94% das pessoas entrevistadas nunca voltariam a estabelecimentos com banheiros sujos.

Mas qual é o futuro da Limpeza?

Diante deste cenário, o Painel que teve a participação de Sandro Haim (Alfa Tennant e Abralimp), Cássia Almeida (FACOP), Sergio Vitelli (Grupo Oikos), Cesar A. Gesteira (Allia Higiene) e Severiano dos Santos (presidente do Grupas), com moderação de Ricardo Vacaro (RL Higiene), discutiu com propriedade "Qual é o futuro da limpeza". 

Em uma "visão sobre o amanhã", os produtos de limpeza, após executar a sua função, serão de maneira equilibrada nutrientes para a flora e para a fauna, e os trabalhadores da limpeza receberão uma excelente educação, transformando-se em agentes ambientais, uma vez que todos nós cidadãos iremos gerar pouquíssima ou quase nenhuma sujeira. Mas, para isso, precisamos nos atentar para o atual panorama deste mercado. Confira algumas das principais informações e questionamentos compartilhados no dia, que apontam para gargalos e oportunidades:

- Empresas de serviços não são máquinas. São organismos vivos: 72% representadas por mulheres, que também se sobressaem quando falamos de liderança (88%);

- Homens que trabalham com limpeza acham a atividade degradante, por ser considerada secundária;

- Cultura serviçal: o Brasil é o país com maior número de empregados domésticos no mundo;

- A classe mais baixa sofre com problemas básicos de inserção social, como infraestrutura e saúde, acesso à informação, violência doméstica, alcoolismo e outras drogas, discriminação social, racismo e misoginia;

- Muitas empresas ainda utilizam vassoura e rodo. E pouquíssimas empresas permitem que seus colaboradores limpem a própria mesa de trabalho;

- Qual é o impacto de tais temas na decisão final de quem será seu fornecedor?

- Qual é o impacto de tais temas na decisão final de quem será seu colaborador?

- Se o "menor preço" for o drive, esses assuntos nunca virão à tona;

- Tecnologias exponenciais que podem impactar no atendimento das novas demandas e algumas transformações resultantes:

Impressão 3D (produção próxima ao ponto de consumo de produtos concentrados e multifuncionais);

Internet das Coisas (Dispensers e sistemas inteligentes, e atuação remota);

Nanotecnologia (tintas e revestimentos com efeito bioestático - pisos e paredes seguros -, além de limpadores inteligentes que se adaptam às sujidades);

Robótica (automação da limpeza); e

Realidade Virtual (treinamento à distância para os funcionários);

- Necessidade de promover um debate de ideias com arquitetos e engenheiros a fim de projetar e construir ambientes prediais que levem em conta essas novas diretrizes de limpeza, assim como uma maior interação com síndicos profissionais: a grande maioria dos prédios residenciais ainda está na idade da pedra lascada;

- Importância de ressaltar o poder da capacitação em modificar comportamentos, gerar valor e conhecimento, tirar a atividade do invisível, empoderar as pessoas. É como já dizia Paulo Freire: "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo".

Cerimônia de posse da Diretoria Gestão 2018

Ricardo Crepaldi (à esq.) recebe a missão de presidir o Grupas em 2018 do então presidente Severiano dos Santos

Na sequência, houve a cerimônia de posse da Diretoria do Grupas para a Gestão 2018, com a tradicional passagem da vela. Assumiram como presidente e vice-presidente, respectivamente, Ricardo Crepaldi e Celso Toshio Saito, que falaram sobre novidades para o próximo ano, a exemplo de uma newsletter financeira mensal; artigos customizados de liderança; gestão e serviços (um por trimestre); criação e coordenação conjunta do Clube de Leitura dos Facilities com uma reunião por trimestre para estudo de um capítulo de livro adotado para o ano; novo site (mais moderno, útil e organizado) e ação social anual com a AACD.

Vale informar que a primeira reunião do Grupas de 2018 será no dia 20 de fevereiro, no Edifício Pátio Victor Malzoni, para falar de sustentabilidade. Além do conteúdo técnico, haverá uma visita guiada pelo empreendimento, que venceu o Prêmio Abrafac Melhores do Ano 2017, categoria Pessoa Jurídica, Responsabilidade Social, e tem a primeira horta subterrânea da América Latina.

Ao final do encontro, os presentes ganharam uma visita ao Museu do Futebol, oferecida pela RL Higiene.

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