Foi lançada ontem (11/7) pela Angola Cables a pedra fundamental que marca o início das obras de construção de seu Data Center, na Praia do Futuro, em Fortaleza. O projeto de construção faz parte de um empreendimento maior chamado SACS, primeiro cabo submarino a ser instalado no Atlântico Sul, ligando o continente africano ao sul-americano.
Os serviços preliminares à construção - que incluem a fundação, limpeza, drenagem e nivelamento do terreno, terraplanagem, entre outros - já caminham a pleno vapor. A previsão para início de operação será o primeiro trimestre de 2018.
O Data Center é fruto da parceria entre a Angola Cables e a prefeitura de Fortaleza e tem como objetivo tornar a capital cearense um dos principais polos tecnológicos e de telecomunicações da América Latina, desenvolvendo capacidades para receber conectividade de múltiplos operadores da região e internacionais. "A infraestrutura que estamos criando em Fortaleza servirá como base fundamental para o desenvolvimento de uma economia digital, em toda a região do Nordeste, a partir do estado do Ceará. Via Fortaleza, o país poderá fazer conexões internacionais para o mundo todo, o que significa dizer que a capital cearense será ponto de referência a nível de conectividade internacional para o Brasil", explica António Nunes, CEO da Angola Cables.
Economia digital
O novo centro de dados promete contribuir para o crescimento da economia digital da região. Ele possibilitará a alocação em Fortaleza de conteúdos digitais gerados localmente ou externamente, em outros pontos, mesmo os internacionais. Esta moderna infraestrutura tecnológica trará grandes benefícios para a economia local, nomeadamente para as áreas de pesquisa científica, desenvolvimento de aplicativos e softwares, sustentabilidade de empresas e negócios, assim como o mercado de entretenimento e mídia. Hoje existem mais de 500 mil Data Centers espalhados pelo mundo, estando 36 deles no Brasil, majoritariamente concentrados na região Sudeste.
"Por isso podemos afirmar, que os projetos da Angola Cables quebram paradigmas para criar alternativas inovadoras. Mais do que trazer tecnologia, estamos contribuindo com o desenvolvimento socioeconômico da região. Gerar empregos, promover a educação e o conhecimento, além de trazer grandes investimentos, que servirão de suporte para o desenvolvimento do Polo Tecnológico de Fortaleza", completa Nunes.
Este será o segundo Data Center da Angola Cables. A empresa já opera o Angonap, localizado em Luanda e considerado o principal ponto de tráfego em Angola. "O Data Center que estamos construindo utiliza uma área útil de cerca de 9 mil metros quadrados na Praia do Futuro e terá, quando totalmente finalizado, cerca de 3 mil metros quadrados de área útil de TI. A infraestrutura terá certificação do tipo TIER III, para a sua qualidade de prestação de serviço", afirma o executivo.
O empreendimento acompanha as tendências internacionais para este tipo de instalações. O complexo foi construído tomando em consideração as condições climáticas controvérsias de Fortaleza, em que faz calor a maior parte do ano e onde os níveis de salinidade são dos mais altos do mundo. "O Power Usage Effectiveness (PUE) do Data Center - índice que mede a eficiência energética dos Data Centers - foi desde o início do seu design, uma das preocupações fundamentais da Angola Cables, de forma a podermos ter um edifício amigo do meio ambiente e que em simultâneo tenha custos operacionais competitivos. O fato do projeto ter sido igualmente desenhado para ser construído em fases, demonstra a preocupação em manter as perdas o mais otimizadas possíveis", esclarece António Nunes.
Ao todo, o projeto receberá um investimento de US$ 300 milhões, incluindo construção e aquisição dos equipamentos. Seu financiamento foi garantido pelo governo de Angola e disponibilizado pelo Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA).
Sustentabilidade
O Data Center contará com a utilização de fontes de energia renováveis. Toda a iluminação externa do complexo será garantida por painéis solares, que acumularão energia elétrica suficiente para garantir essa iluminação. Do mesmo modo os equipamentos de iluminação instalados serão de baixo consumo, de forma a garantir o mínimo consumo de energia possível. Sistemas de controle de acesso e presença garantirão que tanto a produção de frio do ambiente, como a iluminação sejam geridos da forma mais eficiente possível.
Neutralidade
O Data Center terá o fator de neutralidade sempre presente. Qualquer provedor, devidamente credenciado palas autoridades locais está convidado a estar presente no Data Center de Fortaleza. O objetivo é ter a maior diversidade possível de provedores de conteúdos e conectividade de dentro e fora do mercado brasileiro. Com isso, a Angola Cables pretende criar um verdadeiro ponto de troca de serviços e conectividade na região. Um Data Center neutro e agnóstico no que diz respeito a sua conectividade e serviços disponíveis. "Ou seja, convidamos desde já todos os provedores de cabos submarinos existentes em Fortaleza a usarem as infraestruturas agora criadas e a pensarem no proveito que poderão obter pelo fato de poderem desenvolver o seu negócio em um ambiente favorável e útil para o seu desenvolvimento", conclui Nunes.
Fotos: Roberto Cavalcante Barbosa