3º Fórum InfraFM Indústrias
 

Uso do canal de denúncias cresce 52,6% nas empresas brasileiras

Análise da consultoria ICTS Outsourcing revela aumento na qualificação de relatos dos funcionários, maior participação masculina nas denúncias e engajamento de fornecedores

Com dez anos de atuação no mercado, a operação de canal de denúncias da ICTS Outsourcing, empresa de serviços contínuos para a gestão de riscos, ética e compliance nas organizações, já recebeu e tratou mais de 170 mil relatos, distribuídos em 229 empresas.

A análise da evolução anual do registro dessas denúncias indica que fatos como a eclosão da operação Lava Jato e a promulgação da Lei Anticorrupção, bem como a maior atenção dada em nossa sociedade sobre a exposição de situações de assédio moral e sexual, vêm impulsionando o uso desse instrumento dentro do ambiente corporativo.

Segundo o levantamento da ICTS Outsourcing, entre 2014 e 2017 o número de denúncias aumentou em 52,6%, considerando-se uma amostra de 50 empresas que utilizam o canal há quatro anos. Neste grupo de empresas foram coletados 17.572 relatos durante o biênio 2014 e 2015, enquanto que entre 2016 e 2017 o volume de denúncias registrados foi de 26.524 relatos(1).

A pesquisa sinaliza também outros indicadores que demonstram o amadurecimento das empresas, seus colaboradores e outros públicos no uso efetivo do canal de denúncias como um instrumento de fortalecimento do ambiente ético e transparência nas relações internas e externas das organizações. Um exemplo é a redução no tempo em que as empresas levam para apuração das denúncias recebidas, que caiu 43,6% nos últimos cinco anos, atingindo em 2017 um patamar médio de 36 dias.

Outro indicador interessante é o incremento de 12,1% no volume de denúncias sobre a camada de líderes das empresas entre 2014 e 2017, demonstrando o crescimento da confiança dos denunciantes, em sua maioria colaboradores, ou seja, 86,2% do total, sobre a segurança no uso do canal e seus resultados práticos.

Além dos próprios funcionários, fornecedores e clientes vêm também fazendo maior uso dos canais de denúncia corporativos. Segundo a pesquisa, as manifestações provenientes destes grupos representaram 11,3% dos registros. “Uma ação mais efetiva das empresas na divulgação e disponibilização dos seus canais de denúncias para seus públicos externos, combinada com a maior exigência do mercado sobre ética e integridade em suas relações comerciais e de consumo impulsionam os relatos de fornecedores e clientes”, explica Cassiano Machado, Sócio-diretor da ICTS Outsourcing.

Quando se analisa o perfil dos tipos de denúncias mais realizadas nas empresas nestes últimos cinco anos, têm-se que 42,7% referem-se a problemas de relacionamento interpessoal. Dessa fatia, os casos mais recorrentes foram de práticas abusivas, como assédio moral e sexual, agressão física, discriminação e preconceito, que representam 26% do total de denúncias. Relatos sobre ilícitos e má intenção somaram 33,8% e o descumprimento de políticas, normas e procedimentos internos representaram 23,5% das denúncias feitas.

Verifica-se ainda que a maior parte dos registros de denúncias foi realizada por homens, que efetivaram 60,1% dos relatos contra 39,9% feitos por mulheres. Segundo Machado, até meados de 2016 havia uma leve predominância do público feminino, em torno de 53%, na manifestação de práticas abusivas (assédios, agressões, discriminação). Porém, o cenário se inverteu em 2017 com o público masculino registrando agora 54% desses tipos de situação. “Isso pode indicar uma maior sensibilização e preocupação do público masculino em relação a esses temas e seus impactos negativos no ambiente de trabalho e na reputação das organizações”, completa Machado.

O líder continua a ser o agente mais denunciado nas empresas, com 55,9% dos registros em 2017. Esse cenário corrobora a importância do anonimato no processo de registro das denúncias e, não por acaso, as denúncias anônimas são a opção preferida pelos denunciantes, perfazendo 69,7% dos relatos.

Com relação a forma de contato com o canal de denúncias, nota-se uma evolução no uso do contato telefônico versus o registro eletrônico. No grupo de empresas com operação há mais de cinco anos houve um incremento de 15,3% no uso do contato telefônico entre 2014 e 2017, ou seja, de 43,2% para 49,8% do total de registros.

O efeito desse movimento é sentido na efetividade da apuração das denúncias e, consequentemente, no benefício produzido pelo canal de denúncias. Como as denúncias realizadas via contato telefônico permitem uma coleta mais rica de informações dos denunciantes, seu índice de confirmação é 19% maior quando comparado aos casos registrados via internet.

O Executivo conclui prevendo que “o interesse das instituições por canais de denúncias deve continuar crescendo nos próximos anos, não apenas pelas exigências progressivas da sociedade e do contexto legal sobre os programas de integridade nas organizações, mas principalmente pelo entendimento dos resultados práticos e positivos alcançados pela implementação efetiva do canal”.

(1) O volume de relatos para 2017 foi projetado de forma linear com base na quantidade de registros realizados entre 1 de janeiro e 31 de agosto.

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Cassia e Brita

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