Ana Paula Cassago
 

Descarbonização de cidades

KPMG aponta 5 etapas para redução das emissões de CO2

Descarbonização de cidades

Imagem: deposit.com/cienpies


Projetos podem não só melhorar a qualidade do ar dos centros urbanos, mas, também, ter efeitos positivos sobre as finanças dos municípios e das empresas, mostra estudo da KPMG.

A empresa realizou uma pesquisa global chamada "Net Zero Readiness Spotlight: Cities" sobre como as administrações das cidades têm lidado com o tema da descarbonização. Segundo a companhia, a maioria das cidades no mundo colocou em prática planos ambiciosos e ações climáticas de emergência para zerar as emissões de gases de efeito estufa e cumprir o Acordo de Paris sobre o clima.

Embora essas medidas possam ser afetadas por barreiras financeiras, políticas e regulatórias, e prioridades conflitantes, as cidades devem alavancar tecnologias, orçamentos, políticas verdes, parcerias e novos modelos de governança para influenciar a redução das emissões. Assim, as cidades precisam agir para descarbonizar as principais cadeias de suprimentos e utilizar cenários urbanos e regionais para retirar carbono da atmosfera.

"As cidades precisam colocar em prática estruturas robustas e ágeis de governança climática para zerar as emissões de gases de efeito estufa. Juntamente com isso está a aplicação de estruturas inovadoras e criativas de gerenciamento para enfrentar desafios operacionais. As cidades também devem atuar na educação, orientação e estímulo à mudança comportamental, especialmente nas escolhas sobre consumo, gerenciamento de resíduos, reciclagem e mobilidade", afirma Leonardo Giusti, sócio-líder de Infraestrutura, Governo e Saúde da KPMG no Brasil.

Segundo o estudo, engajar cidadãos ajuda na aceleração da ação climática, sendo que os centros urbanos concentram mais de 50% da população mundial, 80% do PIB global e mais de 70% das emissões anuais de carbono. A estimativa, segundo a companhia, é que 70% da população mundial viverá nas cidades até 2050, o que aumentará a demanda por infraestrutura de energia. Pensando nisso, a KPMG listou cinco etapas para a descarbonização das cidades:

1 - Atração de investimentos do capital privado
Os recursos financeiros necessários para uma transição global ao carbono zero precisam vir também do capital privado, além de cidades e governos nacionais, para, assim, facilitar as transições físicas e econômicas. Pensando nessa tendência, o mercado financeiro sustentável está se expandindo e essa nova categoria de investidores, chamados investimentos mistos, buscam catalisar a descarbonização integrando a tríade de clima, finanças e tecnologia;

2 - Operacionalização de ações justas pelo clima urbano
É necessário que as cidades assegurem que a equivalência climática não seja somente reconhecida, mas também se torne um procedimento que garanta ganhos sobre as ações climáticas com redistribuições eficazes. Para isso, é preciso exigir novas soluções e parcerias;

3 - Criação de colaborações inovadoras e de parcerias
Para zerar as emissões de gases de efeito estufa, as cidades precisam integrar setor privado, governos estaduais, governo nacional, organizações não governamentais e outros parceiros. As parcerias, além de cruciais, também devem priorizar a colaboração com as comunidades considerando que políticas, projetos e iniciativas podem ser executados localmente para mitigar riscos e ampliar a participação da sociedade;

4 - Utilização de ferramentas de dados corretos para integrar políticas
Grandes centros urbanos precisam avaliar e monitorar os resultados de suas ações de mitigação e adaptação. Para isso, o big data e a inteligência artificial (IA) se mostram como ferramentas cruciais para alcançar as metas das cidades. Para gerir os dados, as estruturas públicas municipais, estaduais e federais precisam operar integrados. Dito isso, os dados e as informações precisam ser reforçados no nível municipal para ajudar a assegurar uma transição organizada para o carbono zero;

5- Aceleração da ação carbono zero com alavancagem da tecnologia
Os relatórios mais recentes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas enfatizam a importância das tecnologias de emissões negativas, que se mostram essenciais para as cidades zerarem as emissões de gases de efeito estufa. Segundo o painel, aproximadamente 50% das emissões deveriam ser cortadas para que o carbono zero possa ser uma realidade. Por esse motivo, as cidades precisam de pesquisa para desenvolverem tecnologias que correspondam às atuais necessidades.

"A crise das mudanças climáticas vai além das fronteiras municipais e nacionais, exigindo o poder coletivo de uma coalizão global, e as cidades têm mais capacidade do que imaginam para avançarem rumo a um futuro de baixo carbono enquanto ajudam a garantir a prosperidade. As cidades inteligentes são uma oportunidade para alavancar as tecnologias inovadoras e aumentar a eficiência das operações da administração municipal", afirma Tatiana Gruenbaum, sócia-diretora líder do segmento de Infraestrutura da KPMG no Brasil.


Veja também

Conteúdos que gostaríamos de sugerir para a sua leitura.

Envie os nossos conteúdos por e-mail. Utilize o formulário abaixo e compartilhe os link deste conteúdo com outros profissionais. Aproveite e escreve uma mensagem bacana.

Faça uma busca


Palestra SESC

Mais lidas da semana

Operações

Padrões da qualidade do ar: o que muda com redefinição da ABNT?

Saiba como atualizações impactam bem-estar em ambientes climatizados.

Mercado

Com 26 anos de experiência, Jani Oliveira é a nova FM da Rumo

Profissional foi responsável por apoiar estruturação da área de FM da Heineken no Brasil.

Operações

Como GLP no Brasil inovou na gestão de parques logísticos

Rômulo Otoni, Diretor de Operações da GLP no Brasil, discute desafios, avanços tecnológicos e práticas sustentáveis que impulsionam a liderança da empresa no mercado logístico.

Operações

Qual é a importância de ESG na Limpeza Profissional?

Entenda a evolução da agenda ESG no mercado e como implementar práticas sustentáveis em artigo exclusivo de Ricardo Vacaro.

Sugestões da Redação

Revista InfraFM

Repensar a gestão das instalações de trabalho

Tendências inovadoras e sustentáveis se destacam na pesquisa da Aramark, que traz as transformações no Gerenciamento de Facilities em 2024.

Revista InfraFM

Maior encontro de FM da América Latina: do invisível ao indispensável

InfraFM realizou quatro encontros em evento único, com mais de 5,5 mil participantes.

Revista InfraFM

Insights das palestras do 19º Congresso InfraFM

Acompanhe um resumo das palestras e explore as inovações sustentáveis e estratégias avançadas no campo do Facilities Management.

Revista InfraFM

Inovações que transformam foram cases de sucesso dos expositores

Nas Arenas Soluções para FM, foram apresentados conteúdos com cases de sucesso dos expositores, que destacaram serviços, tecnologias e pessoas.

 
Dúvidas sobre os EVENTOS?
Fale com a nossa equipe pelo WhatsAPP