*Por Alexandre Slivnik
A chegada das vacinas tem feito o mundo voltar aos trilhos pouco a pouco após os momentos difíceis que a pandemia trouxe. Com isso, algumas empresas acabaram adotando a política de vacinação completa para que seus colaboradores sigam trabalhando.
A Disney, por exemplo, adotou essa medida com seus milhares de funcionários em muitos países, e algumas pessoas não gostaram dessa decisão. A decisão pode até parecer impopular, mas concordando ou não, alguns tribunais de justiça espalhados pelo mundo já deram entendimento de que é um direito da empresa obrigar o colaborador a tomar o imunizante contra a Covid. Algumas decisões estão pautadas fundamentando que o bem coletivo deve estar acima do bem individual. Afinal, você entra em uma organização tendo de seguir determinadas normas que são comuns entre todos os funcionários.
Gostaria de propor uma reflexão do ponto de vista de mudança e cultura organizacional. Pode-se até não concordar com as regras que a empresa que você trabalha cria, não tem problema. Mas a partir do momento que o seu empregador cria determinadas regras, você tem duas alternativas: mude o lugar em que você trabalha, ou mude de lugar que você trabalha. Se você não concorda com alguma regra imposta, lute e coloque em pauta aquilo que você acredita. Claro, a Disney é uma empresa gigantesca e talvez muitas pessoas não tenham essa capacidade de mudar uma regra que vai impactar milhares de pessoas. Mas se você não concorda e não consegue mudar o lugar, você sempre terá a opção de mudar de lugar.
Eu conheço vários colaboradores que trabalham em empresas dessa magnitude, e a vacina acaba sendo um assunto polêmico, porque algumas pessoas discordam dos benefícios que o medicamento pode trazer, ou então entendem que os malecícios superam os benefícios. Mas a partir do momento que a empresa deles os obrigou a tomar a vacina, eles rapidamente apresentaram o comprovante de vacinação, com medo de perderem seus empregos.
Essas decisões são baseadas no impacto que elas podem trazer para o ambiente de trabalho. Por exemplo, se essas companhias adotassem uma posição menos arbitrária, deixando seus funcionários escolherem se irão ou não se vacinar, poderia ser extremamente prejudicial a longo prazo. Podemos afirmar isso tendo em vista que a grande maioria das pessoas é favorável ao sistema de vacinação, e muito provavelmente ficariam desconfortáveis ao trabalhar com pessoas que se recusam a tomar o imunizante. Sendo assim, a reflexão vai muito além da vacinação em si. É uma questão de regras impostas.
Essa discussão pode ser ampliada para outros setores, como por exemplo o home-office. Durante a pandemia, várias empresas aderiram a um sistema mais flexível de trabalho, que inclusive vem se popularizando cada vez mais. Mas algumas companhias não têm essa cultura ou precisam que seus funcionários estejam todos os dias fisicamente no trabalho.
Logo, muitos colaboradores podem ficar descontentes, tendo em vista que a empresa não adota essas medidas de trabalho. A solução é tentar mudar o mindset da organização, ou simplesmente buscar um lugar que lhe traga mais felicidade. E é exatamente esse o ponto. O salário que você recebe é importante, mas a sua alegria e como seu trabalho impacta no resultado do negócio, são o que vão te trazer satisfação e estabilidade.
Não existe um mundo perfeito e qualquer regra sempre vai agradar alguns e desagradar outros. Companhias podem simplesmente não querer mudar a forma de trabalho como estão acostumados. O que podemos fazer é ser cada vez mais adaptáveis e flexíveis, pois isso é o que pode garantir o crescimento da sua carreira.
Alexandre Slivnik é reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1). É autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. É diretor executivo do IBEX - Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). É Vice-Presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD) e diretor geral do Congresso Brasileiro de Treinamento e Desenvolvimento (CBTD).
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