Da mesma forma em que a tecnologia colabora com médicos no diagnóstico precoce de enfermidade e indicando processos terapêuticos mais eficazes, aumentando as possibilidades de cura nas mais diversas especialidades, ela é também uma importante ferramenta aliada no combate à disseminação do coronavírus. Destaca-se, neste sentido a Chronus i-Passport, da empresa franco-brasileira Mooh Tech.
Largamente utilizado em vários países e em alguns estados e municípios do Brasil, o i-Passport é um passaporte de profilaxia, ou seja, uma carteira de vacinação digital. Ele registra informações como vacinas e resultados de testes, tendo a funcionalidade de um cartão de vacinação nacional e internacional, e um passaporte convencional, caso esteja condicionado ao acesso de alguns países. Tudo isso em um único e prático aplicativo de smartphone.
O Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP) habitual é uma espécie de carteirinha internacional de vacinação. Por meio dela, é possível o cidadão provar às autoridades de imigração que está devidamente vacinado contra diversas doenças. O documento é emitido em papel e em casos de perda ou extravio os percalços são burocráticos e extremamente desagradáveis, principalmente, aos viajantes.
Pensando nisso, e por experiência própria, o piloto de avião e desenvolvedor de software brasileiro residente em Paris, Everton Cruz criou, ainda em 2013, o aplicativo. "Por diversas vezes, trabalhando como piloto, funcionário de multinacionais, como Microsoft, e, ainda antes, como modelo, me encontrei nessa situação de ou não estar com o CIVP ou até mesmo a autoridade imigratória não aceitar o documento" conta Cruz.
A Chronus, que é a plataforma na qual o i-Passport está inserido, é direcionada à segurança e à comunicação de emergência, dentro do conceito de smart cities, que são sistemas com pessoas atuando mutuamente e usando energia, materiais, serviços e financiamento para catalisar o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida em geral, inclusive, no que diz respeito à saúde. "Quando a pandemia surgiu, percebemos que a nossa plataforma poderia ser utilizada também no controle da disseminação do vírus", complementa o desenvolvedor.
O funcionamento é simples e o app é de fácil manuseio. Após o usuário baixá-lo, ele será direcionado para o agendamento de um teste de Covid-19 em qualquer unidade de saúde, pública ou privada, que registrará o resultado. Também notificará sobre a aplicação de vacinas de qualquer tipo, em especial COVID-19, que sejam compulsórias para livre movimentação entre cidades, estados e países como por exemplo, a vacina contra a Febre Amarela. Sendo o resultado do exame negativo e o cidadão estando com as vacinas em dia, o sistema gerará um QR Code que será lido por catracas, leitores manuais ou quaisquer outros pórticos de leitura digital.
"Em caso de resultado positivo, o usuário receberá automaticamente a orientação sobre isolamento e avisos serão disparados, através da localização por georreferenciamento e da tecnologia contact tracing, a todos os outros usuários que, de alguma maneira, teve contato", explica Jonas Carlos Girão, sócio e representante da tecnologia no Brasil.
O i-Passport também envia notificações sobre o vencimento das vacinas do usuário e segue todas as diretrizes de respeito à privacidade, pois, disponibiliza os dados apenas para as autoridades sanitárias locais. Além disso, o aplicativo mantém convênios com laboratórios e redes de farmácias para facilitar a realização de exames e, posteriormente, a vacinação. Sua instalação é gratuita, contudo, algumas funcionalidades são reservadas à versão premium.
Importante salientar que o i-Passport não é o autorizador de entrada nos países, pois, o responsável por isso são as autoridades governamentais. O app é uma ferramenta facilitadora sanitária para tal acesso.
"O grande diferencial do nosso sistema é que ele não é voltado apenas ao Covid-19. É um app multifuncional, com registro de dados, como quaisquer tipos de vacinas, possibilitando o acompanhamento da imunização dos cidadãos e, portanto, podendo estabelecer protocolos médicos e sanitários que permitam evitar o surgimento de novas pandemias e epidemias. Outra vantagem é que o aplicativo pode ser usado como um pequeno prontuário médico, tornando o dia a dia do usuário mais prático e seguro, pois, a equipe de emergência poderá acessar seus dados médicos na eventualidade de um acidente ou mal-estar súbito", finaliza Everton.
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