Por Dra. Cristiane Romano
A pandemia tornou perceptível a necessidade de uma mudança nos processos corporativos, acrescentando experiências repletas de sentido, propósito e humanidade. Não se trata de posicionar os elementos "humano" e "digital" em lados opostos, uma vez que essa dicotomia não existe verdadeiramente, mas de perceber que há aspectos obviamente complementares entre esses espectros que são muito bem-vindos no contexto atual. Sendo assim, é preciso extrair o melhor dessa combinação, a fim de que as pessoas se sintam seguras e respeitadas, motivadas a inovar, se inspirar e a ter mais produtividade.
Historicamente, as estratégias de negócios sempre giraram em torno da produção e dos resultados, com o capital humano sendo percebido como um recurso importante para atingir esses objetivos. Na pandemia, as empresas que realmente posicionaram as pessoas no centro das suas estratégias passaram a se destacar.
No âmbito comercial e de atendimento, isso é ainda mais evidente, uma vez que a compensação financeira, por si só, deixou de ser suficiente para motivar as pessoas a colocar o melhor de sua energia no dia a dia profissional, e isso traz óbvios impactos no desempenho e nos resultados da companhia como um todo. É frente ao mercado e seus consumidores que uma empresa humanizada se faz notar.
Aqui, estão os 4 principais pilares a serem levados em conta pelos líderes corporativos que querem uma organização mais humanizada neste momento de plena turbulência:
Promova a comunicação aberta
Comunicação eficaz é o que ajudará você a estabelecer relacionamentos fortes com pares, líderes organizacionais e também com o consumidor final. Embora as empresas precisem de uma estrutura gerencial, as hierarquias tradicionais geralmente dificultam pensamentos inovadores. Portanto, abra canais de comunicação e incentive os funcionários a participar de conversas importantes e fornecer feedback.
Deixe espaço para a descompressão
A criatividade é inibida quando as pessoas são privadas de leveza, especialmente em um cenário de total fragilidade emocional. De acordo com um estudo do Pew Research Center, conduzido com profissionais que atuam em empresas no Vale do Silício, existe uma ideia bem consolidada de que momentos de descontração no trabalho trazem inúmeros benefícios para funcionários, equipes e organizações inteiras, porque todos se sentem menos fatigados e estressados. Este chamado "playtime" pode significar tempo para socializar, uma simples pausa cerebral, ou ainda uma atividade produtiva mais lúdica.
Os benefícios destas ações são múltiplos, já que há aumento da confiança, interação social e solidariedade, além de diminuir o senso de hierarquia. Ao criar uma atmosfera de trabalho amigável, as empresas estão fazendo crescer os níveis de engajamento e transmitindo a mensagem de que as tomadas de decisão são flexíveis e consentidas.
Diversidade como estratégia
Uma organização humanizada é aquela que percebe que a diversidade no local de trabalho deve ser promovida para que as oportunidades sejam distribuídas de maneira justa e em prol da pluralidade de pontos de vista. As empresas que dão espaço para a diversidade oferecem melhores soluções para os seus clientes, simplesmente porque fazem da empatia um exercício diário.
Considere as individualidades
Ainda que os líderes organizacionais estejam sempre enxergando o todo, dentro e fora da companhia, é preciso ter um olhar para o fato de que as pessoas têm padrões comportamentais peculiares e, com a pandemia, demandas e dificuldades particulares. Humanização é olhar para a individualidade e entender do que aquela pessoa precisa naquele momento.
Dra. Cristiane Romano é Mestre e Doutora em Ciências e Expressividade pela USP e pós-graduada em Gestão e Estratégia de Marketing pela PUC-Minas | www.cristianeromano.com.br
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