A pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças e desafios em relação às formas e necessidades de trabalho, especialmente para as áreas técnicas e fabris, que precisaram se adaptar para realizar algumas atividades à distância. Para situações como essa, a Bosch adotou como solução os smart glasses, óculos inteligentes que permitem realizar atividades de manutenção de forma remota e em tempo real, com precisão e suporte de um especialista.
O principal foco da implementação dos smart glasses foi desenvolver certas atividades fabris de forma rápida e eficiente, com qualidade na transmissão das informações e imagens. Essa solução diminui erros operacionais, tempo de reparo, além de proporcionar aumento de produtividade e, em tempos de pandemia, garante o distanciamento social e evita o risco de contaminação.
Soluções inteligentes como a do smart glasses reforçam a importância da conectividade e da indústria 4.0. "A digitalização das indústrias permite, entre outros benefícios, que o monitoramento e a manutenção dos sistemas e máquinas ocorram de forma remota e com confiabilidade, tornando os processos mais simples, eficientes, flexíveis e ainda reduzindo o tempo em trabalhos que poderiam levar dias para serem realizados", afirma Douglas Pacifico, Gerente de Facility Management da Bosch na América Latina.
Manutenção guiada via Smart Glasses
Para utilizar o dispositivo, é necessário que uma pessoa esteja fisicamente no local, usando os óculos e guiando quem "está do outro lado da tela" até a máquina ou processo. Por meio da tecnologia de realidade aumentada, o especialista vê a imagem transmitida em seu monitor e, assim, pode dar instruções para auxiliar o processo. Além disso, o recurso dos óculos de realidade aumentada possibilita que o especialista direcione ou até mesmo opere o sistema à distância.
Ao contrário da manutenção guiada por smatphones, os smart glasses oferecem mais praticidade, pois o profissional que está com os óculos inteligentes solicita suporte do especialista e, então, ambos podem interagir simultaneamente e de maneira visual diante da situação. Outra vantagem para quem está sendo guiado é estar com as mãos livres para executar o serviço.
Pioneirismo local
A unidade da Bosch em Campinas é uma das primeiras a trabalhar na implementação dessa tecnologia na América Latina. E, no ano de 2020, os smart glasses desenvolveram um papel fundamental para o trabalho na planta. Os dispositivos foram locados pela unidade para a realização de testes práticos em diferentes processos de suporte, considerando alguns critérios como: qualidade na transmissão, facilidade de acesso pelo usuário, segurança, ergonomia e possíveis interfaces com aplicações futuras. O uso de óculos inteligentes nas operações já estava em planejamento, mas a pandemia do coronavírus acelerou as ações.
Segundo Pacifico, a tecnologia será uma ferramenta valiosa para as novas formas de trabalho, pois permitem que os especialistas apoiem à distância técnicos que atuam em campo, assim como poderão oferecer a outras localidades da Bosch no Brasil. "O projeto Smart Glasses faz parte do grande movimento de transformação digital que estamos realizando na planta de Campinas", explicou.
Para implementar a iniciativa localmente, houve a colaboração internacional do Working Team Smart Glasses da Bosch para definir os padrões do projeto, bem como trocar informações e experiências com outras plantas ao redor do mundo que já utilizam a tecnologia. O principal desafio era definir o bom funcionamento da ferramenta, que depende de cobertura de Wi-fi em áreas específicas da planta. Ao todo, a unidade de Campinas investiu em quatro óculos de realidade aumentada para o uso em atividades de suporte para manutenção remota e, futuramente, o objetivo é usá-lo também em outras áreas de manufatura e projetos.
Uso dos smart glasses em expansão
Na Alemanha, os smart glasses tiveram um papel essencial em algumas plantas que haviam adotado a tecnologia anteriormente. Os óculos permitiram que o trabalho continuasse quase sem interrupções durante o período de isolamento social. Na planta da cidade de Schwäbisch Hall, por exemplo, a tecnologia já estava sendo implementada e teve seu primeiro uso prático no ano de 2020.
No Brasil, a esta solução também será aplicada na planta de Curitiba. Em 2020, a unidade adquiriu os dispositivos e, neste ano, os primeiros passos para iniciar a fase de testes já estão em andamento
Fotos: Divulgação