Em 45 anos de ensino, muitas matérias surgiram ou se modificaram - é o caso das aulas de tecnologia, que não estavam no currículo pedagógico de nenhuma instituição em 1975. Assim, como o conteúdo se atualizou, a arquitetura das escolas seguiu a mesma tendência e se transformou para traduzir o atual cenário da educação. Uma das escolas mais tradicionais de São Paulo, o Colégio Palmares ilustra essa mudança que influenciará muitas outras.
Neste ano o colégio realizará uma transformação do espaço para abarcar as novas propostas pedagógicas e também a sustentabilidade, ensinada na sala de aula e agora presente de maneira efetiva na sede da instituição, no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital.
Entre as novidades da obra de modernização assinada pelo escritório Arco Arquitetura Contemporânea estão a fachada do colégio, a construção de um novo bloco didático, a conexão entre os prédios, obras de acessibilidade, um anfiteatro, biblioteca, um estacionamento pela Av. Brigadeiro Faria Lima com área de embarque e desembarque de vans escolares e também uma baia de embarque e desembarque pela Av. Pedroso de Morais.
De maneira geral, o conceito que guiará os novos espaços estará de acordo com uma visão moderna da educação e que esteve sempre à frente do projeto pedagógico do Colégio Palmares: a comunicação e o afeto. O projeto arquitetônico prevê espaços mais flexíveis, novas áreas verdes e ao ar livre, espaços de convivência e acolhimento aos estudantes e familiares. Os novos espaços serão um convite para que os alunos e familiares ocupem e se integrem ao local - em resumo, que se sintam em casa.
"Desde o início, Colégio Palmares prioriza o envolvimento emocional e afetivo entre alunos, coordenadores, orientadores, professores e equipe administrativa. Estimula um comportamento positivo em relação ao estudo, à vida. Ao longo da nossa trajetória sempre buscamos nos atualizar pedagogicamente e não seria diferente com o nosso espaço", ressalta Zilda Zerbini Toscano, Diretora Mantenedora do colégio.
Sustentabilidade e Educação
Sustentabilidade e cuidado com o meio ambiente são matérias de dentro e fora da sala de aula. O projeto de arquitetura do Colégio Palmares mostra que as escolhas sustentáveis são funcionais e inteligentes. A concepção dos novos espaços vai priorizar o conforto ambiental a partir da incorporação de soluções como o aproveitamento da luz natural e da ventilação cruzada dos ambientes em conjunto com estratégias para o conforto acústico. Os resultados serão espaços projetados para aumentar o nível de bem-estar de professores e alunos, impulsionando a produtividade pedagógica do colégio.
Entre os principais recursos de arquitetura estão a implantação de grandes áreas de muros e paredes verdes, que colaboram com o conforto térmico e a destinação de 25% dos espaços não ocupados do terreno como áreas permeáveis, importante medida para o escoamento da água - sobretudo na região central de São Paulo. A água da chuva ainda será captada e armazenada para reuso em atividades do cotidiano do colégio, como lavagem do pátio, regar as áreas verdes e reaproveitamento dos sistemas hidrossanitários.
As medidas para um "colégio mais verde", ainda incluem a implantação de sistemas de detenção e de retardo de lançamento de águas pluviais na rede pública, um investimento que contempla toda a região porque colabora com a drenagem urbana que, atualmente, não está preparada para evitar enchentes e transbordamentos. Já do ponto de vista energético, a escola estuda a implantação de sistemas de captura e de produção de energia solar por meio de células fotovoltaicas.
As obras tiveram início no final de 2019 e a previsão é que sejam encerradas no primeiro semestre de 2021. No entanto, para este ano já estão previstas algumas áreas concluídas e a entrega de 60% do novo bloco didático. Apesar do trabalho, as aulas e atividades do Colégio Palmares foram mantidas sem alteração ou incômodo aos estudantes, uma vez que a obra adotou medidas técnicas e construtivas que geram menos ruídos, assim, mesmo durante os trabalhos, as aulas podem seguir normalmente. Desta maneira, a modernização recebeu apoio dos pais e, sobretudo, da comunidade acadêmica.
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