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Oscar Freire volta a liderar o ranking de ruas comerciais mais caras do Brasil

Estudo exclusivo também destaca os desafios que tê colocado pressão nos aluguéis em algumas áreas

A Causeway Bay de Hong Kong manteve sua coroa como a rua comercial mais cara do mundo, com a New Bond Street de Londres conquistando o título de lugar mais caro da Europa para se ter uma loja de varejo, de acordo com novos dados exclusivos da Cushman & Wakefield. O relatório anual "Main Streets Across the World", que rastreia aluguéis para 448 localidades em 68 mercados (o maior número já incluído desde o início em 1988), classifica as localizações de luxo pelo valor de aluguel, usando os próprios dados coletados pela empresa.

Na América do Sul, o mercado varejista continua amadurecendo, embora os aluguéis continuam a apresentar volatilidade. No Brasil, o cenário econômico e político tem impactado no setor varejista, inclusive nas principais ruas. A frágil confiança do consumidor levou a uma maior volatilidade no setor varejista e a um clima de incerteza nas vendas, principalmente nas lojas físicas até o primeiro semestre desse ano. Isso fez com que muitos varejistas pressionassem os seus proprietários para que eles revisassem os contratos, combinando a redução dos aluguéis mínimos com uma receita variável de acordo com as vendas do lojista. Por outro lado, se observa um aumento acima da inflação no valor de aluguel da Rua Oscar Freire, a principal rua de luxo do país. "Embora que gradual, a ocupação nas principais ruas de luxo apresenta sinais de melhora", declara Jadson Mendes Andrade, Head de Pesquisa e Inteligência de Mercado da C&W para América do Sul.

O estudo também identificou que a Rua Oscar Freire tem sido relativamente imune à tendência de queda em seus preços por estar localizada em umas das regiões mais caras do Brasil. De fato, todas as principais ruas de luxo dos dois maiores polos comerciais do Brasil: Oscar Freire-SP, Haddock Lobo-SP, Alameda Lorena-SP, Visconde de Pirajá-RJ e Garcia D'Ávila-RJ - recentemente viram um nível sólido de atividade comercial, com uma ocupação variada de marcas internacionais de vestuário, calçados e alimentação.

"Ao longo de 2019 o mercado vem projetando uma menor taxa de juros e um maior nível de emprego para o final do ano. A expectativa é de crescimento contínuo na geração de novos empregos no Brasil em 2019. Portanto, analisando adiante essas questões, esperamos um melhor desempenho nas vendas do varejo. A previsão da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC-Restrita) para 2019, corresponde a 2,3% de crescimento em relação ao ano anterior", acrescenta Jadson.

Confira abaixo as principais ruas de luxo mais caras da América do Sul.

As principais ruas de varejo mais caras da América Latina (fonte: Cushman & Wakefield)

País

Cidade

Distrito

Rentabilidade de mercado, US$/m²/mês

Colombia

Bogotá

Zona Rosa  (*Ex- Zona T )

65,00

Brazil

São Paulo

Oscar Freire Jardins

62,34

Argentina

Buenos Aires

Calle peatonal Florida. From Av. Cordoba to Av. Corrientes_4 blocks

60,00

Argentina

Buenos Aires

Av. Santa Fe. From Av. Callao to Av. Pueyrredon_ 7 blocks

60,00

Colombia

Bogotá

Nogal

57,00

Brazil

Rio de Janeiro

Garcia D'avilla (Ipanema)

56,11

Argentina

Buenos Aires

Av. Cabildo. From Juramento to Av. Monroe_4 blocks

53,00

Chile

Santiago

Providencia/Avenida Providencia 1822-2382

49,38

Brazil

São Paulo

Haddock Lobo

48,05

Brazil

Rio de Janeiro

Visconde de Pirajá (Ipanema)

46,23

Brazil

São Paulo

Alameda Lorena

42,86

Chile

Santiago

Vitacura/Avenida Vitacura 3917-4380

39,09

Peru

Lima

Miraflores

32,00

Peru

Lima

Santiago de Surco

30,00

Peru

Lima

San Isidro

28,00

Chile

Santiago

Providencia/Sanhattan

27,57

Argentina

Buenos Aires

El Salvador. From Malavia to Jorge Luis Borges_3 blocks

27,00

Cenário internacional demonstra a resiliência dos principais locais de varejo

No ano passado, a Causeway Bay em Hong Kong encerrou cinco anos de domínio da Upper 5th Avenue de Nova York e, no ranking de 2019, mantém sua posição de liderança, com aluguéis no valor de US$ 2.462,25 por m² / mês. A Upper 5th Avenue está em segundo lugar, com US$ 2.018,23 por m² / mês, com a New Bond Street de Londres em terceiro na lista global, com os aluguéis anuais na rua de Londres subindo 2,3% nos últimos 12 meses, para US$ 1.537,45 por m² / mês.

A Avenue des Champs Elysées em Paris (US$ 1.325,76 por m² / mês) e a Via Montenapoleone de Milão (US$ 1.297,95 m² / mês) completam os cinco primeiros.  O maior aumento de aluguel entre os dez primeiros foi visto pela Pitt Street Mall de Sydney, que aumentou seus aluguéis em 17,9% nos últimos 12 meses, atingindo US$ 965,16 por m² / mês. Cinco das dez principais ruas globais estão na Europa, com três na Ásia, uma na Oceania e uma nos EUA.

"No geral, os aluguéis em 70% dos locais na Europa permaneceram estáveis ou acima do ano passado. A polarização é evidente, no entanto, entre os mercados mais estabelecidos do Norte da Europa Ocidental e do Sul, Europa Central e Oriental, onde a oferta mais moderna é menor e as vendas on-line ainda precisam realmente se acelerar. Na região da Ásia Pacífico, verificamos que em mais de 55% dos locais cobertos pela Cushman & Wakefield houve crescimento. A Índia registrou um desempenho particularmente forte, com um crescimento sólido de aluguéis em várias cidades, enquanto os aluguéis de varejo em Hong Kong foram resilientes diante dos recentes protestos, embora as perspectivas ainda sejam incertas", detalha Jadson Andrade.

Para Darren Yates, autor do relatório e chefe de pesquisa de varejo da Cushman & Wakefield para a Europa, Oriente Médio e África (EMEA), os resultados globais deste ano demonstram resiliência dos principais locais de varejo. "Os aluguéis nas principais ruas de varejo do mundo estão bastante estáveis e há maior clareza sobre a direção do varejo. No entanto, existe uma pressão descendente sobre os aluguéis dos mercados mais maduros da Europa e América do Norte", declara.

Segundo o executivo, é importante observar que as vendas on-line continuam a aumentar em todo o mundo, mas embora grande parte da narrativa esteja focada nos desafios que a internet coloca para as lojas tradicionais, a relação entre os dois é mais complexa. "Apesar da quantificação do valor das lojas físicas tem se tornado mais difícil, a loja física continua sendo um ponto de contato importante para o consumidor e também ajuda a gerar vendas on-line. Hoje, as lojas também atuam como um showroom, criando uma presença mais ampla da marca - o chamado 'halo effect'. Os varejistas de maior sucesso serão aqueles que melhor integrarem suas operações físicas e on-line para criar uma experiência de marca positiva e contínua para os compradores", conclui.

Confira abaixo as 20 principais ruas de luxo mais caras do mercado**. 

As 20 principais ruas de varejo mais caras do mercado (fonte: Cushman & Wakefield)

Ranking

2019

Ranking

2018

Localização

Cidade

País

Rentabilidade de mercado, US$***/m²/mês

1

1

Causeway Bay (principais lojas de rua)

Hong Kong

Hong Kong (Grande China)*

2.462,25

2

2

Upper 5th Avenue (49th - 60th Sts)

Nova york

EUA

2.018,23

3

3

New Bond Street

Londres

Reino Unido

1.537,45

4

4

Avenue des Champs Elysees

Paris

França

1.325,76

5

5

Via Montenapoleone

Milão

Itália

1.297,95

6

6

Ginza

Tóquio

Japão

1.122,14

7

7

Pitt Street Mall

Sydney

Austrália

965,16

8

9

Bahnhofstrasse

Zurique

Suíça

776,80

9

8

Myeongdong

Seul

Coreia do Sul

773,21

10

10

Kohlmarkt

Viena

Áustria

460,16

11

11

Wangfujing

Pequim

China

422,48

12

12

Kaufinger/Neuhauser

Munique

Alemanha

420,69

13

13

Grafton Street

Dublin

Irlanda

359,69

14

15

Ermou

Atenas

Grécia

323,81

14

14

Portal de L'Angel

Barcelona

Espanha

323,81

16

17

Orchard Road

Cingapura

Cingapura

279,86

17

16

Kalverstraat

Amsterdam

Países Baixos

269,99

18

19

Na Příkopě street

Praga

República Checa

267,30

19

18

Stoleshnikov

Moscou

Rússia

258,33

20

21

Khan Market

Nova Delhi

Índia

217,97

* Hong Kong é uma Região Administrativa Especial (RAE) dentro da China
** Os dados são do segundo trimestre de 2019, e estão relacionados à opinião dos profissionais da Cushman & Wakefield sobre o aluguel que pode ser obtido em uma unidade padrão em um universo de 448 localizações em 68 diferentes mercados em todo o mundo. Para os fins desta pesquisa, a unidade padrão de lojas de rua é definida - sempre que possível - unidade com 150-200 m² de área de vendas. Normalmente, uma unidade tem uma fachada de 6-8 metros. No entanto, é necessário um elemento de flexibilidade na definição, uma vez que a configuração da unidade varia de mercado para mercado. As premissas sobre o espaço seguem a prática local.
*** Valores de câmbio apurados em junho de 2019.


Foto: Divulgação

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