MG4: o gigantesco complexo de estúdios inaugurado pela Globo

Com mais de 26 mil m² e construídos na plataforma BIM, os blocos se destacam nos quesitos tecnologia e sustentabilidade

Notícia publicada em 13 de agosto de 2019

Na última quinta-feira (8 de agosto), a Rede Globo inaugurou no Rio de Janeiro o MG4, um complexo que engloba três estúdios de gravação integrados, construído com o que há de mais avançado em tecnologia, inclusive utilizando a plataforma BIM, o que permitiu uma maior compatibilidade entre todas as disciplinas (arquitetura, estruturas e instalações), seja nas áreas onde os sistemas construtivos são pré-fabricados ou moldados in loco, o que traz uma maior eficiência na execução das áreas que demandam especial atenção. O investimento total ultrapassou os R$ 200 milhões.

A área construída total da nova edificação é de 26.636,27 m², subdivida em quatro grandes blocos: prédio de apoio, prédio de estúdios, prédio de armazenagem e edifícios anexos na implantação.

A solução construtiva adotada no projeto é mista, diz a BN Engenharia, empresa responsável pela construção. No caso do prédio de apoio, a concepção de projeto buscou considerar a menor quantidade de pilares possível para viabilizar maior flexibilidade de layout nos ambientes previstos no programa. São três pavimentos de arquitetura predominantemente horizontal, sendo o térreo, 1º e 2º pavimentos, além da cobertura. O prédio ainda possui mezanino, pavimento técnico e cobertura em estrutura metálica. As vedações externas são em alvenaria e as internas, em sua grande maioria, em drywall. A maior área de vão desse prédio fica na central de água gelada, localizada no 2º pavimento, com aproximadamente 24 metros.

Já o prédio dos estúdios foi conceitualmente pensado para serem "grandes caixas" com o maior isolamento, eficiência acústica, segurança e flexibilidade de uso possíveis. Eles são compostos por paredes, pilares e laje de cobertura de concreto armado, revestidos internamente com lã de rocha e painéis acústicos de madeira de reflorestamento aglomerada resistentes a fogo.

"Este prédio possui o maior vão-livre do projeto: 48 metros. As duas áreas de apoio entre os estúdios são divididas em três pavimentos (térreo, 1º e 2º pavimentos), seguindo o mesmo conceito do prédio de apoio: pilares e vigas em concreto armado e lajes do tipo nervurada unidimensional. As paredes de concreto dos estúdios foram executadas com formas trepantes de 4,5 metros de altura e uso de concreto auto-adensável", detalha o Diretor Geral da BN Engenharia, João Antonio Mattei.

O prédio da armazenagem foi concebido para ser um grande galpão e como tal o projeto foi pensado para permitir que os espaços pudessem ser adaptados de acordo com as demandas do cliente. Para tanto, foram considerados pilares de concreto pré-fabricado e vedações em blocos de concreto até o nível do 1º pavimento, complementados com brises metálicos até o nível da cobertura em todo o perímetro da edificação, que conferem um pé-direito livre de 10,50 metros, sendo que a cobertura em estrutura metálica treliçada garante vãos-livres de até 33 metros.  Internamente, o prédio possui duas áreas com ambientes operacionais, ambas desenvolvidas em dois pavimentos com estrutura metálica.

De maneira geral, cada área do novo módulo tem um dimensionamento específico para cargas permanentes e acidentais, variando entre 100 e 500 kg/m² de acordo com o tipo de uso. No caso dos pisos dos estúdios, devido à variedade e tamanho de equipamentos a serem utilizados e, principalmente, a imprevisibilidade do tipo de uso, foi considerada uma carga distribuída máxima de 5.000 kg/m² e uma carga concentrada máxima de 3.000 kg/m².

Sustentabilidade e energia solar com telhado verde

Segundo informações veiculadas pela Globo, os novos estúdios têm 100% de energia obtida de fontes renováveis. O MG4 conta iluminação 100% LED dentro e fora do complexo (para reduzir o consumo), ar-condicionado eficiente e planta de energia solar.

Os chamados "telhados verdes" dos três estúdios são cobertos por 5 mil metros quadrados de painéis solares, com placas para captação da energia solar que devem alimentar o funcionamento das instalações do complexo.

Há também reúso de água de chuva e de ar-condicionado, tratamento de 100% dos efluentes gerados (como água, esgoto e outros resíduos) e coleta seletiva de lixo. Foi feito ainda o plantio de 14 mil novas mudas.

A obras do novo módulo de estúdios de gravação do complexo da TV Globo no Rio iniciaram em janeiro de 2018 e foram concluídas em junho desse ano.

A solenidade oficial de abertura contou com a presença de Roberto Irineu Marinho, presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo; dos acionistas João Roberto Marinho e José Roberto Marinho; seus familiares, além do diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder; elenco e executivos das empresas Globo.

Vale mencionar ainda que os três estúdios do MG4 aumentam a capacidade de produzir novelas, séries, minisséries, realities, formatos originais, programas de humor e variedade, e estão habilitados para os formatos 4K e 4K HDR, além de contarem com equipamentos wireless (sem fio), ou seja, não há cabos em câmeras e microfones - o que deve dar ainda mais mobilidade às gravações.

Fotos: Globo/ Divulgação

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