Notícia publicada em 30 de outubro de 2018
A preocupação com a qualidade de vida e bem-estar dos colaboradores são alguns dos itens que têm conquistado cada vez mais importância nos últimos anos dentro das empresas, sejam elas de grande, médio ou pequeno portes. E é um movimento que vem crescendo especialmente na Europa. A arquiteta Priscilla Bencke, especialista em neurociência aplicada à arquitetura na Qualidade Corporativa, acaba de trazer da Alemanha as tendências de mobiliário corporativo que foram apresentadas durante uma das principais feiras do mundo nesse segmento.
Segundo dados apresentados na Orgatec, a partir de um levantamento realizado pela Bifma, no período de 2016 ao início de 2018, a comercialização de mobiliários para lounges aumentou 19%. E só esse ano já cresceu 8%. Por sua vez, o mesmo estudo aponta ainda que aumentou 74% a comercialização de mesa com regulagem de altura, e esse ano, até o momento, esse índice já subiu 13%.
"O ambiente pode e deve ser usado como uma ferramenta para a empresa. É muito mais fácil adequar e modificar o ambiente pensando nas necessidades dos colaboradores do que tentar fazer o colaborador se adequar ao espaço. Isso é uma ferramenta disponível e que poucas empresas se dão conta das possibilidades. Num momento onde torna-se necessária a redução de custos, não há investimento melhor do que preparar um ambiente de trabalho que oferece qualidade de vida e bem-estar para as pessoas, resultando em maior produtividade", completa a arquiteta Priscilla Bencke, que é especialista em ambientes de trabalho.
Dentre as principais tendências para 2019 em mobiliários corporativos, estão:
- Mesa com regulagem de altura;
- Mesas com formatos orgânicos (inspiradas nas formas da natureza, como as curvas e traços que dão a impressão de movimento);
- Presença da vegetação;
- Tecnologia 100% presente nos espaços de trabalho: entrada de USB em praticamente todas as áreas, assim como locais para carregar celular por indução, inclusive na própria mesa de trabalho;
- Mobiliários retráteis (mesa dobráveis, assim como painéis e divisórias);
- Opções de banquetas com design inovador e confortável;
- Suportes com preocupação de ergonomia, inclusive colocados sobre a mesa para quem não tem regulação de altura na mesa.
Ambientes corporativos no Brasil
No Brasil, existem normas que regulamentam como devem ser esses materiais, especificando suas medidas para que o colaborador tenha qualidade de vida e bem-estar no ambiente de trabalho. Uma das normas é a NR17, que está diretamente ligada ao Ministério do Trabalho e trata da ergonomia e define as especificações de como devem ser as mesas e as cadeiras. "Já está comprovado que se o mobiliário não for adequado, pode causar uma doença física ao colaborador. Se a pessoa está com dores físicas, por mais que ela esteja motivada e queira realizar seu trabalho, ficará mais difícil e isso vai gerar ainda o estresse", diz Priscilla Bencke.
A arquiteta Priscilla Bencke aponta ainda alguns dados da pesquisa realizada pela "Human Spaces", na qual destaca-se a importância de ambientes biofílicos, ou seja, a presença de vegetação no espaço de trabalho. Segundos os dados deste levantamento, quando há a presença da natureza no local de trabalho, a produtividade chega a aumentar 15%, bem como a criatividade (15%) e a produtividade (6%).
"Muitas vezes não percebemos as influências do meio externo, pois muitas delas entram em nosso cérebro de forma inconsciente. Nós somos seres sensoriais. Temos receptores em nosso corpo que interpretam as informações do meio externo e enviam para o cérebro. Consequentemente, isso vai gerar uma emoção, estimulando um determinado comportamento", explica Priscilla.
Curso com certificado válido no Brasil e exterior chega a Salvador
Pensando nisso, Priscilla trouxe para o Brasil o curso "Projetos para Ambientes de Trabalho" com foco em neuroarquitetura. O curso é organizado pela Bencke Arquitetura e Qualidade Corporativa Smart Workplaces em parceria com a Mensch&Büro Akademie, da Alemanha.
Depois de ser realizado em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Minas Gerais, a próxima turma acontece em Salvador, de 26 a 29/11.
Todo o conteúdo do curso segue os mesmos moldes do que é apresentado na Alemanha, com o diferencial de ter um custo mais acessível aqui no Brasil. Além disso, as aulas são 100% em português e os alunos recebem um certificado alemão com validade no Brasil e exterior. "Lá fora esse curso tem um investimento de aproximadamente R$ 5 mil", destaca a arquiteta Priscilla Bencke, especialista em projetos para ambientes de trabalho e criadora do conceito da Qualidade Corporativa no Brasil.
Bencke lembra ainda que a neurociência aplicada à arquitetura, que já é estudada há mais de 10 anos no exterior e tem muitos dos estudos centralizados na Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), consegue, hoje em dia, comprovar o impacto dos ambientes nas pessoas, por meio de pesquisas com equipamentos como a ressonância magnética, que analisa as áreas do cérebro que são ativadas quando enxergamos determinadas imagens.