Um projeto transformador, que trará para a logística e, sobretudo, para a comunidade do entorno do Porto de Santos, uma nova realidade que reúne tecnologia e sustentabilidade. Assim pode-se resumir a proposta do moderno terminal portuário da americana Archer Daniels Midland (ADM) no Brasil - uma das maiores empresas de agronegócio do mundo -, cujo planejamento contou com a experiência e as técnicas da Temon. A empresa atuou indireta e diretamente em todos os sistemas desenvolvidos para a nova planta do operador portuário.
Dentre os projetos desenvolvidos, destaca-se o sistema de combate a incêndio em regime de dilúvio, que possui intertravamento com o sistema de detecção e alarme contra incêndio. Tudo é automatizado e exige o mínimo de intervenção humana no combate ao foco de incêndio.
Um dos diferenciais da obra para eliminar o excesso de poeira e o mau cheiro causados pelo mecanismo de estocagem de grãos, processo que, além de poluir o ar representava riscos para a saúde da população da Ponta da Praia (bairro de Santos no entorno do porto), foi vedar totalmente o armazém e lançar mão de um shiploader (carregador de navios que conta com um sistema de cascata para reduzir a emissão de poeira de grão em suspensão).
"Trata-se de um projeto inovador, sendo o primeiro do Brasil com essas características. A Temon instalou nas correias que antecedem o novo shiploader o sistema de combate a incêndios sprinklers (neste caso, projetores abertos) de forma a não prejudicar a estanqueidade, tomando como premissa a vedação posterior à instalação e à execução do sistema. Este procedimento não prejudica a atuação funcional estabelecida pelas normas vigentes exigidas pelas seguradoras", explica Álvaro Assumpção, presidente da Temon.
Aplicações
Na área interna do novo armazém, foi instalado um sistema de canhões auto-oscilatórios com acionamento manual, que deverá ser aberto em caso de incêndio, caso ocorra queima do material estocado. Os canhões possuem uma alta capacidade de vazão (750GPM até 1000GPM) e, funcionando intercalados, têm capacidade de cobrir toda a área do armazém com raio de ação de, aproximadamente, 80 metros.
Nos arredores do silo foram instalados cabeçotes de hidrantes quádruplos com mangueiras industriais "tipo 4", conforme determina a norma de cobertura, contando também com acionadores manuais, que viabilizam o sistema de alarme e evacuação. Todo o espaço foi devidamente identificado. Na área externa foi instalado o sistema de hidrantes, evitando que os colaboradores se exponham ao risco, em caso de alguma eventualidade.
Para as salas elétricas e de risco de combustão foram instalados detectores de fumaça, interligados à central de alarme, acionadores manuais, bem como extintores carretas de espuma mecânica, com as devidas sinalizações de rota de fuga e evacuação. "Todo o sistema trabalha intertravado, unindo as ações hidráulicas à detecção e proteção do sistema eletrônico. Dessa maneira, o processo age sobre as correias transportadoras, paralisando-as a qualquer sinal de anormalidade", pontua Assumpção.
Ciclo dos trabalhos
O operador portuário concluiu 85% das obras do novo terminal. A Temon atua neste momento nas adequações do sistema e em algumas modificações mecânicas, exigidas no decorrer dos processos de teste, além da adequação do sistema de embarque e desembarque de carga. "Existe a previsão de uma segunda fase em breve, a qual a empresa participará, caso haja continuidade imediata. A expectativa é de que até meados de julho, a companhia conclua 100% dos trabalhos", destaca o presidente.
Para ele, a obra do novo terminal da ADM reúne projetos de conhecimentos técnicos únicos, além de propor a interação entre os sistemas mecânicos e operacionais portuários. "Outro ponto diferencial está no índice de exigência com a segurança dos processos aliada ao comprometimento com o zelo para com os colaboradores do armazém", destaca.
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