Da esq. p/ dir.: Paulo Spaccaquerche (ABINC), Clara Barreiros (Abralimp), Léa Lobo (Revista INFRA) e Severiano Santos (Grupas)
Por Larissa Gregorutti
Desde que Severiano Santos assumiu a presidência do Grupo de Profissionais de Facilities (GRUPAS) para a Gestão 2017, a pauta dos encontros tem como foco trabalhar temas que abordem recursos na escassez de budget, cada vez mais apertado por conta da crise, e apresentar cases de sucessos e palestras motivacionais. No encontro, que aconteceu na sede da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional (Abralimp), em São Paulo, no dia 30/5, não foi diferente.
A abertura do evento teve Sandro Haim, presidente da entidade, que falou sobre a importância da limpeza para a saúde, segurança e bem-estar dos colaboradores. "As pesquisas comprovam que um ambiente limpo é mais agradável, as pessoas trabalham melhor, os clientes gostam e acabam voltando. Esse é o valor da limpeza", pontuou Haim, que comentou ainda sobre o trabalho da associação frente à pesquisas de mercado, capazes de oferecer parâmetros de medição e melhores dados do setor.
"Essas são, inclusive, ferramentas importantes para encurtar a distância entre as necessidades do FM e o que a associação pode oferecer", completou a Diretora de Facilities da Abralimp, Clara Barreiros.
Internet das Coisas
Diretor de Relacionamento da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), Paulo Spaccaquerche compartilhou com os presentes o objetivo da etidade: incentivar informações técnicas gerenciais para fomentar a atividade comercial entre os associados, promovendo a pesquisa e o desenvolvimento.
A ABINC - ligada ao Governo Federal através da Câmara de IoT no Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, a fim de acompanhar o desenvolvimento do Plano Nacional da Internet das Coisas no Brasil - cria grupos de trabalho específicos para cada segmento com o propósito de promover a educação, com cursos que façam sentido dentro de IoT (Internet of Things), além de conhecer a demanda do mercado em cada área para, enfim, apresentar os associados que oferecem aquela solução.
"A internet das coisas é um novo meio de viver que está presente em tudo, desde sensores de presença para acionar a iluminação à cafeteira para saber se é preciso fazer mais café. Fazendo uso da tecnologia, os sensores fornecem informações que vão para uma rede, que por sua vez coloca a informação na nuvem. Soluções analíticas, por meio do Big Data, geram resultados para aumentar a eficiência do trabalho", explica Spaccaquerche.
Um exemplo concreto são os Smart Buildings (prédios inteligentes) e as Cidades Inteligentes, onde tudo é digital. Os locais e objetos serão minicomputadores, cada vez mais inteligentes, tornando possível o gerenciamento do físico com o digital.
"Quando o físico vira digital, significa que a maioria das coisas se torna serviço e o IoT do Smart Building passa a analisar o consumo de energia, o funcionamento do ar condicionado, a segurança contra incêndio, e assim por diante. É a possibilidade de gerenciar o prédio de um centro de controles que pode estar longe, fazendo uso de painéis que pela internet conseguem controlar diversos sensores e dispositivos. Tudo com segurança e privacidade ", informou Spaccaquerche. Por isso a necessidade de o profissional de facility management estar preparado. Ele precisa ter competência, saber gerenciar, mas principalmente, entender de tecnologia e de IoT.
"Hoje a tecnologia está mais propensa a ter menos atrito, impulsionada a padrões abertos, sem fio, existem soluções que fazem o monitoramento de facilities de qualquer tipo de ambiente. Mas é preciso que existam interlocutores de facilities conhecedores das novas tecnologias, capazes de interagir com IoT e com a ABINC, para que assim surjam novas oportunidades de se fazer negócio", conclui o Diretor de Relacionamento da entidade.
Empregabilidade
Na sequência, foi a vez de um bate-papo descontraído com a participação de Léa Lobo. Diretora de Redação da Revista INFRA, ela comentou sobre um assunto em alta no momento: empregabilidade.
Cursando o MBA/USP de Gerenciamento de Facilidades, a executiva ressaltou a importância de se manter atualizado no segmento de FM, tema que há 18 anos estampa as páginas da publicação. "O que escrevo e entendo sobre facilities é de ouvir falar. Por isso senti a necessidade de voltar para a escola e cursar um MBA, para entender como está esse mundo dentro do conteúdo acadêmico, para que eu consiga direcionar melhor as minhas pautas, entrevistar melhor, escrever melhor e compartilhar informações contundentes sob o ponto de vista do dia a dia com a base do conhecimento acadêmico".
Léa também comentou sobre como o mundo esta mudando e o potencial de crescimento da área de facilities management, e o quanto esses dois fatores demandam mais profissionalização dos agentes envolvidos com FM.
Quando questionada sobre empregabilidade, que está em baixa no mercado, Léa foi assertiva ao informar que é preciso estruturar o seu plano de carreira. "Nós só conseguimos fazer tudo o que fazemos, a revista e os inúmeros eventos, porque existe uma obstinação muito grande em acreditar que tudo só depende de nós mesmos. Mandar currículos para muitas empresas, na minha concepção, não é o melhor caminho. A primeira pergunta a ser respondida é: 'Qual trabalho me deixa feliz? Por qual segmento vou me apaixonar?'. E então procurar quais empresas atuam nesse segmento, para que você possa oferecer as suas habilidades. No entanto, isso só é possível quando estamos estruturados e sabemos onde queremos chegar", pontuou.
Sobre o posicionamento estratégico do FM dentro das corporações, a Diretora de Redação da INFRA disse que tudo é questão de como o profissional se posiciona. "O Presidente de uma empresa é uma pessoa muito ocupada, se o FM não tem competência e tem medo de apresentar a sua área e o seu projeto, nada acontece. Muitos acreditam que foram contratados para determinado emprego para obedecer ordens. O que eles, muitas vezes desconhecem, é que gestores inteligentes, com visão, querem ouvir e estão desesperados por alguém que traga soluções".
Outra dica tem a ver com ser estratégico e levar essa carcaterística para dentro da área de facilities management, de forma que ela esteja alinhada ao core business. É precisoa ainda que haja conversa entre os pares, entre os departamentos.
"A área de facilities nos últimos anos ganhou uma evidência muito grande, diferente do passado quando era conhecida como serviços gerais, terceiros. E isso é ótimo, pois abre-se um leque de possibilidades de crescimento, que depende de renovar a mente, os nossos conceitos, e fazer diferente. Às vezes é preciso parar um pouco e focar, trazer isso para o nosso dia a dia pessoal, mas nunca perdendo de vista o que está acontecendo no mundo", concluiu Léa.