Por Larissa Gregorutti
A Sigga, provedora global de aplicativos empresariais, realizou nos dias 26 e 27 de Abril em São Paulo o SiggaXperience, evento corporativo onde foram apresentadas as mais recentes tecnologias e aplicativos para as áreas de manutenção e almoxarifado nas empresas.
Na ocasião, o Painel Empresarial reuniu representantes da Ambev, Bunge e Vale que compartilharam cases de sucesso sobre o retorno de investimento e resultados corporativos pós-mobilidade.
Robson Barbosa, especialista de Engenharia de Manutenção da Ambev, explicou como a área corporativa da empresa decidiu implantar algumas tecnologias na área de manutenção. Entre 2009 e 2010, a Ambev implantou um projeto chamado Maintenance Process, onde desenvolveram uma solução de tecnologia que não alavancou por N fatores, porém conseguiram conservar uma ferramenta de planejamento de programação. No fim de 2014, todavia, o Gerente Corporativo de Manutenção José Wellington desenvolveu um trabalho para analisar e encontrar perdas nos processos de manutenção.
Na época, o fluxo da área era programar, detalhar e imprimir a ordem na ferramenta de planejamento de programação. Todavia, o planejamento da área estava se conectando muito lentamente com a execução, por isso foi comprovado estatisticamente que com tecnologia esse processo se conectaria mais rápido.
Foram definidos indicadores para medir a distância entre planejamento e execução, e como controlar isso. Foi estabelecido o Tempo Médio de Solução da Anomalia - TMSA, e através de análise estatística, descobriram que o resultado era altamente correlacionável com a redução do Backlog (pedidos em espera) e com o aumento de produtividade.
Desta forma, decidiram implantar uma tecnologia para detecção de anomalia, neste caso, a preditiva online. "Começamos a operação da preditiva online em Jacareí e em Jaguariúna, em todos os equipamentos críticos, onde implantamos sensores nos motores dos equipamentos que enviam informações para a central e abrem nota direto no SAP, ou uma ordem de serviço diretamente para a lista de tarefas. Com a parceria com a SIGGA, desenvolvemos o BrizzoPS a fim de turbinar a ferramenta de planejamento e programação. Na parte de execução, implantamos o Brizzo no projeto chamado Maintenance Manager, com o objetivo de sair do TMSA de 24 dias para cinco dias. É um desafio grande, mas altamente correlacionável.", informou Barbosa.
Dentre os ganhos obtidos, destacam-se o treinamento e motivação de pessoas, a organização da rotina do próprio técnico, eliminação de papel e qualidade de informação. A tecnologia foi implantada em sete plantas, e o resultado obtido foi a redução do TMSA de 23 dias para 12 dias, além da redução de backlog e o aumento da produtividade, fazendo com que o projeto se pague, além de possibilitar outros ganhos financeiros.
Henrique Hovoruski, Gerente de TI da Bunge, apresentou o projeto implantado na divisão de Açúcar & Bioenergia da companhia. Projeto batizado de Plant and Fleet Automation, contou com 1.780 pessoas envolvidas em manutenção agrícola e industrial; 1.370 ordens de manutenção por dia; 4.800 máquinas agrícolas em operação; 2.300 km2 de área plantada.
"Nós atuamos em locais sem 3G e sem cobertura wifi, então precisávamos de uma ferramenta que fosse robusta nesse sentido e trabalhasse offline. Esse foi um dos diferenciais da Sigga, trabalhar em modo offline", apontou o gerente de TI.
Segundo o executivo, na época, os problemas com gestão de manutenção nas usinas eram incontáveis, com ordens reativas e emergenciais elevadas, baixo controle de solicitações de peças de reposição, excesso de processos manuais e de papel na operação, e alta complexidade das transações do SAP.
Além disso, segundo Hovoruski, as ordens de manutenção preventivas e preditivas eram baixas, o headcount muito elevado para a operação de manutenção, sem falar nos custos altos voltados para a operação.
Com o investimento de R$ 2 milhões, a tecnologia foi implementada com o suporte da Sigga em todas as oito usinas de Açúcar & Bioenergia no período de cinco meses; todos os envolvidos receberam 300 horas de treinamento e quase 500 aparelhos foram colocados em operação, fazendo a manutenção agrícola.
"Implementar esse projeto foi um desafio muito grande, e a possibilidade de abrir uma ordem diretamente do campo permitiu que pessoas fossem deslocadas para outras áreas. Também possibilitou que o controle do estoque, com peças de reposição, prazo de compra e etc. fosse mais assertivo, trazendo a economia de 10 mil folhas de papel por mês", finalizou o Hovoruski.
Mobilidade na manutenção
Bruno Cunha, Gerente de projetos da Vale, trouxe para o evento dados sobre o projeto de Mobilidade na Manutenção, que teve como principal objetivo substituir outra solução neste âmbito que a companhia tinha integrada ao IBM MAXIMO e encontrar um aplicativo capaz de atender e aumentar os ganhos da empresa.
Os principais desafios do projeto foi dispor de uma solução de mobilidade sem que o ERP estivesse implementado e instalar uma plataforma nova que pouquíssimas empresas no mundo estavam utilizando. Quarenta pessoas estiveram envolvidas diretamente no projeto, afetando aproximadamente 6 mil usuários indiretamente com a ferramenta. O fator-chave de sucesso do projeto, segundo Cunha, foi a colaboração e dedicação dos usuários.
Os resultados alcançados com o Sigga Brizzo foram: 82% no aumento de produtividade para inserção de dados no SAP; maior qualidade das informações; padronização dos dados; 99% de economia no uso papel e impressões; 68% de redução na aquisição de novos dispositivos móveis (R$ 1,3 milhão); redução de cinco dias na disponibilização das informações de manutenção no SAP; além de aumento de 26.400 horas em inspeções equipamentos.
Gerenciamento de mudanças
O evento contou ainda com uma palestra especial do apresentador, comentarista e administrador de empresas, Max Gehringer, sobre "Gerenciamento de Mudanças", que trouxe a sua visão de mercado complementando a importância de buscar o novo, conforme os cases apresentados.
Gehringer comentou que no seu aprendizado, ao trabalhar em várias empresas, percebeu que lamentavelmente todos nós aparentamos ser a favor de mudanças, mas no íntimo, não somos. "Quando chegamos ao ponto em que temos algo que nos deixa confortáveis, e alguém fala de mudar, nós nem pensamos naquilo. Porque mudar, se podemos deixar tudo como está? ", questiona.
Na manutenção, por exemplo, explicou que o conceito geral de como se executa as atividades na área não muda, o que muda é como relacionar, controlar e programar.
"No momento em que virei presidente de empresa, reconheci que não entendia o suficiente de tudo, por isso contratava alguém no mercado que comprovadamente entendia daquela atividade. Isso não significava que o meu pessoal era incompetente, apenas que alguém havia inventado alguma coisa que estava a nossa frente. E a mudança é isso, ela veio porque alguém descobriu algo que nós não sabíamos que precisávamos. Por isso recomendo que não critiquem o novo antes de ser implementado. Primeiro faça o teste para descobrir a sua eficiência", recomendou.
Ao final, a Sigga apresentou as mais recentes tecnologias da informação para gestão de ativos e manutenção das empresas (como uso de drones e termovisão), e os seguintes lançamentos:
Sigga Zeffir 2.0. Mais recente versão de dashboard que garante o controle e as informações necessárias para aumento do desempenho de plantas industriais;
Sigga Brizzo 6.0. Novo aplicativo de gestão de rotinas de manutenção, com módulo para controle de drones de inspeção e monitoramento de plantas industriais;
Sigga Brizzo. Módulo de programação automatizada de ordens de manutenção. O mais novo aliado do planejamento das manutenções das empresas, segundo a Sigga. Automatização do lançamento de ordens pelo tipo, comportamento e histórico de ativos;
Sigga Rafalle. Almoxarifados inteligentes, empresas eficientes. Mobilidade e automação em processos de gestão de estoques.