Por Léa Lobo
Em 2023, o aumento de temporais marcou os noticiários com alagamentos e acidentes. Um dos acidentes mais comuns foi a queda de árvores, que pode causar danos materiais, transtornos na mobilidade e, até mesmo, mortes. Para falar sobre a importância do monitoramento das árvores em propriedades e instalações, entrevistamos Felipe Cocco, que é gestor operacional do Grupo Corpus, companhia especialista em gestão de resíduos sólidos. Confira a entrevista na integra:
1. Quais são os riscos específicos que as propriedades e instalações correm ao não monitorar regularmente as árvores em suas áreas?
São vários os riscos que podem ocorrer, mas o mais comum é o de queda de árvores ou de partes delas (galhos). Esses acidentes podem lesionar pessoas e ocasionar a perda de bens materiais. Quando a espécie é inadequada ao plantio em zona urbana, com raízes profundas e espaço restrito para o crescimento, por exemplo, ela danifica alvenarias, além de causar transtornos como interdição de vias públicas, rompimento de redes elétrica, água e esgoto.
Por ser mais comum, e como pontuado acima, o maior risco está nas ocorrências de queda, seja parcial ou total, durante condições climáticas adversas, ainda mais se tiverem associadas à elevados níveis de precipitações e ventos fortes.
Vale lembrar que, a realização do serviço precisa de pessoas treinadas e qualificadas para a análise da espécie e correta intervenção. Uma poda errada ou mal-feita pode comprometer a árvore.
2. Como o monitoramento arbóreo pode contribuir para a segurança das instalações e propriedades em termos de prevenção de quedas de árvores inesperadas?
Por meio de uma análise completa se identifica os potenciais riscos, com plano de ação prevendo podas programadas ou, até mesmo, a retirada e substituição de algumas espécies. Entre os exemplos estão árvores em declínio vegetativo, galhos secos e espécies doentes.
Árvores são elementos públicos integrantes da infraestrutura urbana, sujeitas à custos e benefícios associados, da mesma forma que outras infraestruturas urbanas. Por essa razão, é fundamental que a prática contínua de avaliação de saúde e dos riscos associados às árvores seja incorporada à rotina de trabalho dos gestores responsáveis.
Nesse contexto, o monitoramento é item indispensável. Ele precisa ser realizado com critérios técnico-científicos, isto é, padrões bem definidos de avaliação das árvores quanto ao risco de queda. Isso não apenas visa garantir o bem-estar da população, mas também assegurar a manutenção dos serviços ambientais.
3. Quais são os indicadores-chave que os Facilities e Properties Managers devem observar ao avaliar a saúde de uma árvore em suas instalações?
Esses setores precisam ficar atentos a infestações de pragas e fungos. Um dos sintomas é o tronco oco. Outro indício de problema é a inclinação da árvore, que indica potencial risco de queda.
Os principais métodos de avaliação e monitoramento da arborização urbana envolvem a análise e a classificação de parâmetros físicos das árvores. Dentre esses parâmetros destacam-se: galhos que interferem na rede elétrica, presença de galhos secos, partes ocas nos galhos e troncos, podas irregulares ou unilaterais, lesões na casca e nos troncos, presença de insetos perfuradores e de plantas daninhas, como a erva-de-passarinho.
Outros indicadores importantes são folhagens ralas, danos nas calçadas, presença de corpos estranhos no interior do tronco, pouca área livre no canteiro ou raízes cortadas.
4. Como a manutenção preventiva das árvores pode prolongar sua vida útil e reduzir os custos associados a quedas inesperadas?
Com certeza. A equipe responsável pela gestão ambiental consegue definir e realizar ações preventivas antes da estação chuvosa, por exemplo, para minimizar os riscos e custos associados a ele.
Vale lembrar que, a manutenção preventiva de árvores é uma atividade que deve ser feita por equipes treinadas com acompanhamento de profissionais capacitados, que podem ser biólogos, engenheiros florestais e agrônomos, ou ainda, técnicos agrícolas.
Eles são os responsáveis pela análise detalhada de diversos pontos. Sabem qual são as espécies de árvores adequadas para o ambiente em questão e levam em conta, por exemplo, o clima predominante na região e, principalmente, aspectos físicos do ambiente, como drenagem do solo, a largura das calçadas, localização de fiações de rede elétrica e das tubulações de água e esgoto.
Isso tudo contribui para prologar a vida útil dos exemplares arbóreos e para a saúde financeira do serviço.
5. Quais são as tecnologias e os métodos mais eficazes atualmente disponíveis para o monitoramento arbóreo, e como podem ser integrados nas operações diárias de gerenciamento de instalações?
Hoje, o uso de tecnologia ajuda a tornar o serviço mais eficiente e ágil. Se faz um inventário das espécies disponíveis por meio do georreferenciamento das espécies, onde cada árvore é catalogada com informações sobre tamanho da copa, espécie, idade cronológica etc.
Os exemplares ganham um QRCode, que auxiliam no monitoramento e na sua correta gestão. Por meio da leitura dos códigos, os profissionais responsáveis identificam as informações da espécie e quais procedimentos já foram realizados, além de saber quais ações já foram executadas naquela unidade.
Assim, o manejo é mais assertivo, tornando as operações mais ágeis, econômicas e auxiliando na tomada de decisões de novos plantios.
Outro benefício é a elaboração de mapas de calor, onde são indicadas todas as árvores com riscos identificados e ações preventivas necessárias.
6. Como a empresa auxilia os Facilities e Properties Managers na implementação de planos de gestão de árvores e na resposta a emergência relacionadas a quedas de árvores?
A empresa investe em profissionais altamente capacitados para realização do trabalho de identificação de riscos, que determinam as medidas necessárias para a gestão das árvores.
Além disso, investimos em tecnologias e equipamentos adequados para dar o suporte necessário e de acordo com cada tipo de intervenção operacional. Nossos colaboradores são capacitados para atender qualquer tipo de emergência que seja recebida pelo canal de solicitação específico desse serviço.