No último dia 17 de agosto, a multinacional Pitney Bowes, especializada em soluções logísticas e envio, promoveu um evento intitulado “Smart Meeting, Inovação no Mercado de Real Estate”. Este evento evidenciou algumas respostas às contínuas transformações no setor imobiliário e à crescente importância da inovação tecnológica e sustentabilidade no mercado, com conteúdo centrado no bem-estar do colaborador.
“O objetivo principal do evento foi trazer pessoas conectadas ao mercado de Real Estate e Facilities para trocar informações e conteúdos sobre os assuntos atuais que estão em voga no mercado. Temos investido não somente em divulgarmos, cada vez mais, a Pitney Bowes, mas em promovermos o relacionamento de pessoas importantes desse segmento.”, afirma Samuel Caparrotti, CEO da Pitney Bowes Brasil.
Léa Lobo é Head de Conteúdo da Revista InfraFM falou sobre o impacto do Facility Management e do Real Estate nos negócios e na carreira, “Se FM é responsável por garantir que os edifícios e instalações de uma empresa estejam funcionando de forma eficiente e segura, a pergunta é: A empresa está no endereço certo e com a melhor e mais adequada localização? Um olhar mais apurado do FM para o negócio do Real Estate pode ajudar a reduzir custos de várias maneiras”, afirmou a palestrante.
A palestra “A Jornada de RE&FM: transformando infraestrutura e conectando pessoas” foi comandada por Patrick M Silva, Diretor e Multi-BU Sites & Industrial Services South America na BASF. Com mais de 24 anos de experiência, Patrick levou pilares importantes para o amadurecimento e transformação do Facility Management e Real Estate e como as empresas precisam consolidar suas operações e estratégias para atingir o sucesso, utilizando exemplos práticos adotados pela BASF no escritório e em seu galpão logístico.
Ana Claudia Durigon, Coordenadora de ESG na Brookfield, palestrou sobre ESG: Como os empreendimentos podem inovar, trazendo a visão dos proprietários de imóveis corporativos, que precisam estar atentos às oportunidades ESG para o negócio visando tornar seus empreendimentos cada vez mais sustentáveis.
Elias Bernardo, Head Procurement & BPO na Elo, falou sobre como as empresas podem utilizar a tecnologia em favor do facilities, trazendo o case de sucesso entre Pitney Bowes e Elo e como as empresas podem dar o próximo passo na transformação utilizando sistemas que otimizam processos e tempo.
Para fechar o grupo seleto de palestrantes, Tiago Alves, CEO da Regus & Spaces, trouxe um overview do seu recente livro “Nem Home Nem Office: O futuro do trabalho é híbrido”, acompanhe.
Hoje em dia, tudo que era físico – seja na mesa ou na parede – foi para o digital. Muitos sequer precisam de um computador para trabalhar, bastando um tablet ou celular. A tecnologia tem revolucionado nossos espaços de trabalho.
E algo inédito aconteceu: estamos com quatro gerações convivendo no mesmo ambiente profissional. Temos os Baby Boomers, a Silver Economy, a Geração X e as mais jovens, como os Millenials e a Geração Z.
Curiosamente, uma destas gerações vivenciou uma grande revolução no ambiente profissional bem quando estava começando a entrar nele. Imaginem só, quando começaram a trabalhar, o código de vestimenta começou a se tornar mais casual. O tradicional terno foi dando espaço ao polo e jeans.
O ambiente de trabalho também mudou. O que antes era uma sala de videogame virou uma área de relaxamento e convivência. Essa geração é marcada pela cultura do “eu”, das selfies, dos memes. Até mesmo no ensino, os memes estão sendo utilizados como ferramenta didática, mostrando o quanto essa forma de comunicação é forte atualmente.
E essa geração, que outrora alugava filmes e precisava rebobiná-los, hoje se frustra se um streaming não carrega em poucos segundos. As mudanças são rápidas e refletem em tudo. O que antes era visto como sucesso – ficar décadas em uma única empresa – hoje é visto como estagnação.
A nova geração busca experiências diversas. Querem mudanças e novos desafios constantemente. E as empresas precisam se adaptar a isso. Hoje, ao buscar uma vaga de emprego, o modelo de trabalho (presencial, híbrido ou remoto) é tão importante quanto o salário.
Além disso, a economia compartilhada chegou transformando o modo como consumimos. Hoje, não queremos possuir, queremos usar. Aplicativos de transporte, espaços de coworking, hospedagens por aplicativos são apenas alguns exemplos.
A mensagem que quero passar é que o mundo mudou, e não há volta. A forma como interagimos, trabalhamos e nos relacionamos evoluiu. Quem imaginaria há anos que uma empresa teria sua própria área de coworking, mesmo que só para seus funcionários?
Mudamos nomenclaturas, hierarquias e até mesmo nossas mentalidades. Aquele chefe autoritário agora é um líder-coach, e os erros se tornaram aprendizados. A adaptação é a chave neste novo cenário.
E enfermeiro padrão. Quantas dessas profissões podem ser desempenhadas plenamente de casa? Muito poucas. O fato é que o mundo de hoje tem nos apresentado inúmeras oportunidades e desafios em relação ao trabalho remoto. E enquanto muitos se adaptam e veem benefícios em trabalhar de casa, existe uma parcela significativa da população que não tem essa possibilidade.
A pandemia nos mostrou a necessidade de reinventarmos a forma como trabalhamos e nos relacionamos. Para muitos, o home office se tornou a norma, enquanto para outros, permanecer no ambiente de trabalho físico foi essencial. Cada profissão, cada pessoa, tem uma realidade distinta.
O importante é entendermos que a flexibilidade, a adaptação e a empatia são essenciais neste novo mundo. As empresas precisam estar atentas às necessidades de seus colaboradores, oferecendo suporte, infraestrutura e capacitação para enfrentar os desafios que surgem.
A tecnologia desempenha um papel fundamental nisso, possibilitando que muitos continuem suas atividades mesmo à distância. Mas não podemos esquecer daqueles que dependem do contato físico, da presença no local de trabalho para desempenhar suas funções. Para estes, o desafio é ainda maior.
Em suma, o mundo pós-pandemia nos trouxe reflexões importantes sobre a natureza do trabalho e a importância da adaptação. E, independentemente da profissão, todos nós somos desafiados a encontrar novas formas de desempenhar nossas atividades, seja em casa, no escritório ou em campo.
A recente tendência de trabalho remoto trouxe à tona uma reflexão: é um privilégio no cenário atual? Claro, muitos viram benefícios trabalhando de casa. As habilidades de gestão de tempo e foco foram aprimoradas, e uma nova abordagem à produtividade surgiu. Ao invés de contabilizar horas trabalhadas, passamos a avaliar a produtividade real.
As normas de vestimenta relaxaram, trazendo agilidade e até reduzindo custos. Mas, e o outro lado da moeda? Já refletimos sobre a saúde mental dos colaboradores em um regime totalmente remoto? E quanto à segurança digital e à conformidade com a LGPD?
Antigamente, renomadas empresas tinham rígidas restrições. Agora, gerentes acessam informações confidenciais de suas casas. Será que isso afetou a cultura corporativa e a legislação laboral? E ainda há a discussão sobre o excesso de trabalho, principalmente entre as mulheres.
Muitos veem o trabalho remoto como uma bênção, mas nem todos têm a infraestrutura adequada. Em São Paulo, por exemplo, a média residencial é de 49m². E temos lançamentos de estúdios com apenas 13m². Como garantir boas condições de trabalho nesses espaços?
A realidade é que a digitalização trouxe uma enxurrada de reuniões. Antes, quatro reuniões no dia eram marcantes; agora, 10 a 15 são normais. E com tantas, muitos se distraem. Segundo uma pesquisa, 65% fazem outras atividades
durante uma reunião online. Isso aconteceria presencialmente?
Então, 2021 e 2022 trouxeram uma onda de demissões. Em plena crise, as pessoas valorizaram a flexibilidade. Nos EUA, especialmente entre os millennials e a geração Z, as demissões dispararam. E então surgiu o “quiet quitting”, onde profissionais fazem apenas o mínimo.
Os motivos para demissão também evoluíram: falta de flexibilidade no trabalho, falta de apoio ao bem-estar e espaços de trabalho inseguros.
A mobilidade urbana também é uma discussão relevante. Em São Paulo, se alguém opta por trabalhar de casa duas vezes por semana, economiza 240 horas por ano, quase um mês e meio de trabalho!
Então, enquanto as vantagens do trabalho remoto são claras, ainda há muitos aspectos a serem ponderados... ter um funcionário aqui em São Paulo e outro em Fortaleza, e ambos trabalhando no mesmo projeto. Você pode ter alguém em Belo Horizonte colaborando com um colega em Curitiba. Esta nova lei permite essa interação sem barreiras geográficas.
Além disso, a flexibilidade proporcionada pelo trabalho híbrido ajuda na retenção de talentos. Muitos profissionais hoje valorizam mais a qualidade de vida, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, do que simplesmente o salário ou o status da posição. Então, as empresas que adotam essa modalidade têm um atrativo a mais na hora de contratar e reter talentos.
Vamos pensar na saúde mental dos colaboradores também. Durante a pandemia, muitos sofreram com o isolamento, com a falta de interação face a face, e isso impactou na saúde mental de muitos. O trabalho híbrido vem para amenizar isso, permitindo que os funcionários tenham interações pessoais, mas também mantenham sua autonomia e flexibilidade.
Entretanto, não podemos esquecer dos desafios. É crucial que as empresas invistam em tecnologias que garantam a segurança da informação e comunicação eficaz entre as equipes. Também é fundamental capacitar líderes para gerenciar equipes remotas e híbridas, entendendo que cada colaborador tem uma realidade e necessidades diferentes.
O trabalho híbrido não é uma tendência passageira, mas sim uma revolução na forma como enxergamos e realizamos o trabalho. É uma resposta à evolução tecnológica, às necessidades dos profissionais modernos e à busca por um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional. E, como tudo na vida, requer adaptação, aprendizado contínuo e, acima de tudo, empatia.
Trabalhando enquanto aproveita a cidade. A ideia de Workations é combinar o útil ao agradável, transformando o ambiente de trabalho em um espaço de descanso e inspiração.
Outro ponto é o ‘Life Time Learning’, a aprendizagem ao longo da vida. As empresas estão começando a perceber que as habilidades que você tem hoje não serão necessariamente as que você vai precisar amanhã. Então, tem uma tendência forte das empresas investirem na formação contínua dos seus colaboradores.
No conceito de ‘Gig Economy’, a ideia é que as pessoas não terão mais um trabalho fixo. Elas terão vários ‘gigs’, ou seja, pequenos trabalhos que vão se somando e formando sua renda. Isso já está acontecendo em muitas indústrias, e com a tecnologia, isso só tende a crescer.
A digitalização dos processos também é uma tendência. Antes, a gente tinha que assinar um contrato em papel, levar para a empresa, digitalizar... agora, tudo é feito de forma online, facilitando a vida de todos.
E, por fim, a ideia de saúde mental. As empresas estão percebendo que não basta ter um colaborador saudável fisicamente. Ele também precisa estar bem mentalmente para produzir. Então, programas de bem-estar e saúde mental estão se tornando cada vez mais comuns nas empresas.
Resumindo, o futuro do trabalho é flexível, digital e centrado no bem-estar do colaborador. E as empresas que não se adaptarem a essa nova realidade correm o risco de ficar para trás. Portanto, é essencial estar sempre atualizado e aberto às novas tendências.
Ele trabalha por quatro horas e passa o resto do dia passeando — e está tudo bem. O supervisor está ciente disso. Essa flexibilidade está se tornando uma tendência no Brasil, especialmente entre os trabalhadores gig. Em breve, profissionais contratados por aplicativos estarão em nossos escritórios. Há até startups estrangeiras oferecendo serviços administrativos sob demanda através de aplicativos.
O trabalho híbrido trouxe uma nova perspectiva para as contratações. Por exemplo, em 2019, estava considerando contratar alguém de Jundiaí, mas estava preocupado com o tempo de deslocamento diário para São Paulo. No entanto, com o trabalho remoto, essa não seria mais uma preocupação, pois essa pessoa poderia trabalhar em casa parte da semana.
Estamos entrando na era do Metaverso, um local onde as reuniões digitais ocorrerão com avatares. Precisaremos de novos cargos, como gerentes para garantir a adequação desses avatares. Muitos pensavam que a automação levaria nossos empregos, mas a real revolução é a flexibilidade.
A definição de sucesso está mudando. Antes, era sobre salário e posição. Agora, consideramos bem-estar, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e o impacto social da empresa. As empresas precisam oferecer mais do que apenas salário: benefícios, flexibilidade e um ambiente saudável. E elas também estão considerando a geografia na hora de contratar, já que o custo de vida varia.